Emater tenta retomar a produção de mel em Iraí, no norte gaúcho

Em plena florada do cambará nas matas que cobrem 70% do território de Iraí, no extremo norte gaúcho, a equipe técnica da Emater aproveitou a entrada da primavera para tentar mobilizar os agricultores a produzir mel no município batizado com o nome indígena irahy (ira=mel + hy=água).
Segundo a lenda, os primeiros habitantes de Iraí – na entrada do século XX – ficaram impressionados com a quantidade de abelhas ativas nos arredores do riacho formado por várias fontes de águas termais e radiativas, usadas a partir dos anos 1930 como alavancas do turismo medicinal.
A partir da exploração das águas formadoras do hoje chamado Rio do Mel, que nasce no município de Gramado dos Loureiros e deságua no rio Uruguai, Iraí adotou o rótulo de “Cidade Saúde”.
Durante muito tempo, a produção apícola local fez parte do “pacote da saúde de Iraí”. Em 1985, foi fundada a Associação dos Apicultores Águas do Mel (Apamel), que chegou a ter uma agroindústria bastante ativa.
Ultimamente, por ironia da história, ficou difícil para a população local (8 mil habitantes) abastecer-se dos produtos das abelhas. A Apamel está inoperante há mais de dez anos e sua agroindústria, entregue às moscas. “É nossa obrigação reativar esses equipamentos”, diz o técnico agrícola Evandro Schell, da Emater, que convocou a unidade de cooperativismo da instituição para ajudar na retomada.
A produção anual de mel no município é estimada em 10 toneladas, fruto de trabalho de cerca de 20 apicultores entre os 800 proprietários rurais atendidos pela Emater.
Muitos produtores desanimaram depois da perda de metade de suas colmeias, poucos anos atrás – um colapso transitório atribuído a uma combinação de fatores negativos: excesso de frio no inverno, falta de alimento para as abelhas que morreram também por doenças e contaminação de agrotóxicos usados em lavouras da vizinhança.
Entretanto, baseados no potencial oferecido pela vegetação nativa de Iraí – apenas 30% da área municipal é propícia à agricultura -, os técnicos da Emater acreditam que é possível recuperar em pouco tempo a produção de mel, não apenas para abastecer os hotéis, restaurantes e residências locais, mas para despachar os excedentes para outras cidades, gerando uma nova fonte de renda.

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