Naira Hofmeister
Até o final dessa semana os gaúchos vão conhecer as propostas dos setores empresariais do Rio Grande do Sul, ao plano de cortes anunciado na segunda-feira, pelo secretário da Fazenda do Estado, Aod Cunha.
Antes disso, ninguém se manifesta nem adianta quais serão as saídas apontadas pelo setor. Mas é certo que as entidades se sentiram ameaçadas com a anunciada suspensão de R$ 150 milhões de créditos presumidos, descontados do ICMS para incentivar o desenvolvimento de diferentes setores. Na coletiva de imprensa concedida na tarde de segunda-feira, o secretário Aod Cunha anunciou um decreto que cortaria parte dos atuais R$ 500 milhões possíveis de serem revistos.
Outra fonte de rendimentos para o Governo do estado virá da negativa da Assembléia em reativar o Simples Gaúcho, que isentaria o pagamento de ICMS a empresas com faturamente anual menor que R$ 240 milhões. “Mais uma vez, penalizaram as micro e pequenas empresas”, lamentou Vitor Koch, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL)
Segundo um levantamento informal realizado pela entidade, o programa nacional do Supersimples, em vigor desde julho desse ano, elevou muito os gastos dos pequenos e médios comerciantes. Na média, os empresários tiveram acréscimo de 30%, “mas há colegas que demonstraram pagamentos quase 70% maiores que o habitual”, revelou Koch.
Existem 300 mil empresas gaúchas nessa situação e, desde que foi anunciado o Supersimples, a FCDL já havia se reunido sete vezes com a governadora Yeda Crusius e seu secretariado. “O ICMS influencia diretamente no preço final dos produtos. Hoje, os varejistas enfrentam uma concorrência desleal das grandes redes de supermercados, por exemplo, que já podem comercializar livros e até remédios nas lojas”, ilustrou Koch.
Koch lamenta também a indefinição referente ao pagamento do 13º salário do funcionalismo público. “São cerca de 450 milhões que entram no mercado”. A entidade teme que o não pagamento represente inadimplência em contratos que já estão em andamento e redução nas vendas de final de ano. “Comparando com a agricultura, o Natal é nossa safra”, concluiu.
Na Federação das Industrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a primeira rodada de negociações aconteceu na noite desta terça-feira, na sede da empresa e se alongou até depois das 20h. O presidente da Fiergs, Paulo Tigre encontrou-se com os demais conselheiros da entidade, mas não houve manifestações.
Na manhã de ontem a entidade divulgou a sondagem industrial do último trimestre, que conclui que apesar de a produção estar crescendo, a situação financeira das empresas está pior. Os dados revelam que 61,7% dos entrevistados atribuem as dificuldades à elevada taxa de juros.
Assim como os filiados à Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), que agendaram encontro para essa quarta-feira. Mas segundo a assessoria de imprensa da Federasul, “as entidades estão mobilizadas em procuram uma alternativa conjunta”.
Empresários se mobilizam contra corte de incentivos
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