Estudo constata que poluição causa anomalias em peixes do Guaíba

Poluição do Guaíba causa anomalias em peixes (Foto: Tânia Meinerz/Arquivo/JÁ)

Ana Luiza Leal, especial para o JÁ

Os peixes que vivem na altura da Usina do Gasômetro, no lago Guaíba, em Porto Alegre, apresentam atrofia nas nadadeiras e má formação dos ossos da cabeça. As anomalias estão relacionadas à média elevada de coliformes fecais – a mais alta da bacia hidrográfica do Guaíba – e à baixa oxigenação da água na região. As constatações são fruto de uma tese de doutorado realizada no Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O impacto da poluição sobre o aspecto externo dos peixes também foi analisado em outros pontos da bacia: Saco da Alemoa, em Eldorado do Sul (delta do Rio Jacuí); foz do arroio Celupa e Praia da Alegria, ambas no município de Guaíba; Barra do Ribeiro; praia de Ipanema, em Porto Alegre; e os rios Caí, Gravataí e Sinos. A Usina do Gasômetro é a campeã em poluição da água e anomalias.

De acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Conama, a qualidade da água varia de regular a ruim em toda a bacia. O monitoramento teve duração de dois anos.

O autor do trabalho, Fábio Flores Lopes, espera que os dados sirvam de alerta para as políticas públicas. “Constamos que o problema existe, mas faltam estudos sobre em que nível está a degradação. Não se sabe o que pode estar provocando essa situação e as conseqüências disto para a sobrevivência dessas espécies”, afirma.

A utilização de peixes como bioindicadores da qualidade da água já foi tema de análise do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da UFRGS (Ceclimar), que pesquisou as alterações no sistema imunológico dos peixes no rio Tramandaí, em 2002. No ano anterior, um trabalho do Centro de Genética da universidade constatou a contaminação em bagres e tainhas no mesmo rio, devido ao alto grau de poluição provocada por vazamentos nas plataformas da Petrobras em Imbé e Torres.

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