GERALDO HASSE
A economia está batendo pino ou andando de lado, como dizem alguns comentaristas, mas não vai afundar em face do vendaval de denúncias sobre corrupção na nossa estimada Petrobras.
O Brasil é maior do que todos os corruptos e corruptores.
Na verdade, o chamado petrolão é apenas a ponta visível do iceberg da corrupção montado pelas empreiteiras de obras públicas.
Quanto tempo ainda se vai levar para chegar à camada pré-sal da maracutaia? Anos, provavelmente.
Falta jogar a lanterna nas obras da Eletrobras, do DNIT e de ministérios e estatais menos visados pela PF e o MP. E a devassa haverá de chegar nos políticos.
Será a hora de saber se o número de picaretas do Congresso chega mesmo a 300, como falou Lula.
E se as investigações pousarem nos governos estaduais e suas respectivas assembléias?
Acaba de ser preso em Lajeado um fiscal agropecuário que comia bola da indústria de laticínios.
Era um peixe miudo do rio Taquari, um lambari perto dos tubarões das grandes obras nacinais.
O inconsciente coletivo dos brasileiros está cansado de saber que a corrupção da administração pública começou com a primeira caravela de Cabral, enraizou-se nas capitanias hereditárias, nos governos gerais e nas sesmarias distribuídas aos amigos do Rei e da Corte, não desapareceu durante o império dos jesuítas (pelo contrário, disse o Marquês de Pombal) e prosperou, prosperou e prosperou até consagrar-se nas obras de Brasilia, cuja construção serviu como curso de pós-graduação para uma porção de engenheiros e empreiteiros.
Tome-se como paradigma o paulista Sebastião Camargo Penteado (1909-1994).
Ele começou carregando brita em carroças puxadas por burros na construção de estradas no interior paulista.
Depois fez pistas de aeroportos e trechos ferroviários. Ele foi o empreiteiro que mais prosperou.
Já na época da construção do Metrô de São Paulo e da Usina de Itaipu, nos anos 1970, era o rei da construção pesada.
Morreu como um dos homens mais ricos do Brasil. Agora, executivos da construtora que ele fundou (Camargo Correa) estão na cadeia, junto com uma vintena de dirigentes de algumas das empresas líderes do ranking da construção civil.
Todos serão processados e julgados. É fantástico, o Brasil dando a volta por cima na turma do andar superior sem dar chance para a turma do deixa-disso.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“A Petrobras não é uma empresa qualquer, é a executante do monopólio do petróleo, garantido pela Constituição do Brasil.”
Modesto Carvalhosa, professor de Direito, no programa Roda Viva de 15/12/2014
Falta muito para chegar ao pré-sal das maracutaias
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