Falta um pouco de açucar para a limonada

José Antonio Severo
Limão amargo bem espremido dá limonada.
É o que se diz no mundo dos negócios e que, neste momento, a presidente Dilma pode estar apertando o citros na sua cozinha política, ou seja, nos bastidores desta grande confusão que assola o País neste momento.
A crise da Petrobrás tem dois lados.
No mundo do petróleo, tudo tem verso e reverso. O lado exposto dessa questão está aí à vista:
a) diretores que desviavam para os próprios bolsos as “contribuições”  das empresas para os partidos;
b) – crise de confiança no mercado e derretimento do valor do patrimônio líquido nas bolsas internacionais e nacionais.
Lado bom: crise dos corruptos permite uma limpeza nos quadros dirigentes da estatal, robustecendo a confiança do mercado em seus gestores remanescentes para lidarem com os novos tempos de grandes produtores quando o pre-sal entrar no mercado para valer.
Outro ganho pelo lado escuro da lua: o valor de mercado derreteu-se. Mas não esqueçamos de que estamos falando de valor de mercado e não do valor patrimonial de cada ação. No duro, cada ação vale um real. Daí para cima é valor de mercado. Portanto, ainda não chegou ao fundo do poço.
Qual é a vantagem disso para quem espreme o limão?
Os grandes investidores em Petrobrás nos mercados internacionais, entre eles a bolsa de Nova York, são os fundos de pensão brasileiros patrocinados pelas empresas estatais (Previ, Funcef, Petros, Refer, etc.).
São fundos particulares, propriedade do funcionalismo, irrigados pelo Tesouro Nacional.
Quando desaba o valor dos papéis de uma empresa com saúde, os espertos compram na baixa. É o que está havendo.
Como os fundos são donos tanto do lucro quanto do prejuízo, comprar a US$ 6,00 um papel que valia, há pouco US$ 48,00, é um negócio da China, pois tira de um bolso e bota no outro.
Como o preço das máquinas, equipamentos e serviços para furar o pre sal continuam com os mesmos preços, a Petrobrás terá de emitir mais papéis para captar o dinheiro que precisa.
Certamente terá de alterar o modelo para atrair investidores. O modelo atual já estava bichado. Foi por isto e não pela roubalheira que os preços dos papéis empacaram e, depois, começaram a cair.
Quem perde são os fundos privados e os investidores pessoas físicas. Mas estes a são minoria.
Então como fica (para não alongar): O preço desaba e, com menos dinheiro, compra-se mais posições no Pre-Sal. Uma ação que valeria 48 agora sai por seis.
Daqui a cinco ou seis anos o pre sal produzindo leva o valor de mercado para as alturas, novamente. O mico de hoje será uma montanha de dinheiro lícito.
E a queda do preço do petróleo? Isto também derruba a cotações das ações, mas é um alívio para o caixa de Petrobrás.
Como o preço da gasolina (e demais derivados) não vai cair, o lucro aumentará. Esse ganhos podem cobrir os prejuízos da contenção administrada no período da campanha. É o que vai acontecer. Assim, não precisa alimentar a inflação para tirar a empresa do vermelho.
Sem contar do efeito geral para a economia mundial com a queda dos preços do petróleo. Com a retomada internacional, Dilma vai surfar a prosperidade mundial. O Brasil tem tudo para bombar, como das outras vezes em que os países desenvolvidos entraram em rota de crescimento.
É verdade que a Petrobrás tem de recuperar confiança.
Para isto Dilma nomeou Graça Foster. Ela está passando a vassoura. Pode ser que caia, mas deixará a sala limpa.
Com isto e mais aquilo tudo que falamos (petróleo baixo e mercado para ações de baixo preço), a Petrobrás pode recuperar sua imagem de empresa vencedora em pouco tempo.
Botando funcionários e magnatas da construção na cadeia Dilma poderá reeditar a faxina do primeiro mandato, a Faxina 2. Aquilo lhe valeu a estabilidade e, agora, pode consolidar seu novo mandato. É só botar um pouco de açúcar na limonada. Será que ela fará isto?

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