Feira garante bibliodiversidade

Uma palavrinha que garante que você vai ler o que quiser, e não que outras pessoas decidirem por você. Tradução: um cardápio de leituras capaz de agradar a qualquer um, de alguma forma, e não apenas o catálogo fast food das grandes editoras blockbusters.
Por exemplo – só para continuar numa metáfora gastronômica -, quem quiser vai comprar “Comer, Rezar, Amar”, expoente máximo este ano de um gênero que algumas pessoas chamam maldosamente de “literatura mulherzinha”.
Quem tiver alma de nerd e disposição para procurar, pode achar a obra “Hercólubus, o Planeta Vermelho”, do ocultista colombiano V.M. Rabolú, que afirma e adverte, no melhor estilo filme B, de que eu, você, toda a Praça da Alfândega e o resto do mundo estamos na mira de um choque intergalático que eliminará toda a vida na Terra.
É a essa característica que o presidente da CRL ( Câmara Riograndense do Livro), João Carneiro, atribui o grande poder de atração do evento, que chega à 56ª edição. “A bibliodiversidade está ameaçada, tanto quanto a biodiversidade”, compara João.
“Já recebemos ofertas de grandes editores do centro do país para, por exemplo, comprar 200m2 do nosso espaço, mas não é essa nossa proposta”, remetendo a um problema de abordagem de grandes empresas sobre a feira que tem se repetido.
Para ele, o importante é que o leitor possa fazer suas escolhas, encontrar publicações e atividades que estejam identificadas com sua realidade e forma de pensar.
Bem, algum advogado do diabo poderia até perguntar, e aquela vez, nos anos 80, em que a Editora Revisão, especializada em obras que negam o holocausto judeu, foi impedida de participar da Feira? “Naquela ocasião, a CRL atendeu a um pedido da população”, lembra João Carneiro. “O importante é garantir a mais ampla liberdade de expressão, mas dentro dos marcos constitucionais e sem ferir a possibilidade de existência do outro”.
A nossa Feira quer continuar oferecendo o mesmo espaço igualitário e democrático a editoras e livrarias, a grandes e pequenos, a consagrados e iniciantes. Tanto é assim que, lembra o presidente da CRL, a distribuição dos barracas é feita por sorteio e não há favorecimentos no agendamento de horários de autógrafos.
Idéias, idéias a la carte, todo tipo de idéias. Com descontos de no mínimo 10% e até 50%. Na Feira, quem procura acha.

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