A imprensa brasileira, como sempre, deu pouco espaço para 4º Fórum Econômico Oriental (FEO), que aconteceu entre 11 e 13 de setembro em Vladivostok, Extremo Oriente da Rússia, tendo como o tema principal “Extremo Oriente: Mais oportunidades”.
A importância geopolítica da daquela região ganha outra dimensão com a aproximação estratégica de Rússia e China.
Com a participação no Brics, o Brasil, juntamente com a China, Rússia, Índia e África do Sul, passou a integrar essa nova realidade político e econômica. No governo de Temer, porém, o Brics ficou em segundo plano.
Só é possível entender o que aconteceu no Brasil nos últimos tempos, percebendo esses movimentos geopolíticos.
O Brics está propondo um novo Banco Mundial, outro FMI, e projeções mostram que em 10 anos esses países terão 43% do PIB mundial, 55% do mercado consumidor global em suas jurisdições, poderio atômico, alianças econômicas fortes na América Latina, Europa, África e Ásia.
O Fórum em Vladivostok proporcionou importantes encontros do presidente da Rússia, Vladimir Putin com o presidente chinês, Xi Jinping, com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, o primeiro- ministro da Coreia do Sul, Lee Nak-yeon, o líder norte-coreano Kim Jong-um, e com o presidente da Mongólia, Khaltmaagiin Battulga.
Paralelamente ao Fórum Econômico do Oriente, a Rússia e a China iniciaram exercícios militares conjuntos, reforçando a nova aliança.
Mais de 300 mil militares, 36 mil tanques, 1.000 aviões e 80 navios
de guerra e navios de apoio participam das manobras Vostok 2018, que decorrem em cinco campos de treinamento militar e nas águas do mar do Japão, também conhecido como mar do Leste.
Aproximadamente 3.200 efetivos do Exército de Libertação do Povo da China (PLA) se unirão aos exercícios, segundo a agência Al-Jazeera.
Consolidação das relações bilaterais
A edição de 2017 do Fórum contou com a participação de mais de seis mil delegados originários de cerca de 60 países, incluindo 1.094 representantes de órgãos de Comunicação Social e 103 CEO de empresas estrangeiras, com a celebração de 217 acordos.
O Fórum foi lançado em 2015 por iniciativa pessoal de Putin. A participação de Xi Jinping em 2018 foi a primeira de um chefe de Estado chinês no Fórum. Xi Jinping e Putin incentivaram a cooperação entre os dois países para consolidar as relações
bilaterais.
No ano passado, o volume de negócios entre a Rússia e China totalizou US$ 87 bilhões, este ano quase certamente chegaremos a US$ 100 bilhões, disse Putin, no encontro com o presidente chinês, Xi Jinping. Segundo ele, o crescimento anual do
valor chega a mais de 30%.
Putin agradeceu a seu colega e à delegação por visitarem o Fórum Econômico Oriental. Segundo ele, a delegação chinesa incluiu cerca de mil pessoas. “Isso é compreensível, porque o volume de nossas relações é muito grande”, disse.
O governo russo espera que as empresas chinesas invistam no país e está disposto a continuar a oferecer condições favoráveis para fortalecer a cooperação nacional entre os dois países, apontou.
Sob as novas circunstâncias, a Rússia e a China devem melhorar a conectividade, promover a liberalização e a facilitação de comércio e investimento, aprofundar a amizade entre os dois povos e impulsionar mais resultados de cooperação subnacional que possam beneficiar os dois povos, indicou Putin.
Xi disse que é a hora certa para os dois países fortalecerem a cooperação regional, pois ele e Putin concordaram em designar 2018 e 2019 como anos de cooperação e intercâmbios locais China-Rússia.
“Os governos dos dois países apoiarão suas regiões locais a tornarem maior o bolo de cooperação e compartilharem os frutos de cooperação”, acrescentou. Ele expressou a esperança de que os representantes de governos regionais chineses e russos possam
aproveitar a oportunidade para conduzir a uma nova época de cooperação China-Rússia e contribuir mais para as relações bilaterais.
Relações Moscou/Tóquio
Moscou está pronta para desenvolver relações com Tóquio com base em boas relações de vizinhança e respeito aos interesses de cada um, disse o presidente russo, Vladimir Putin, após conversações com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe durante o Fórum Econômico Oriental.
Segundo Putin, os principais aspectos das relações bilaterais foram os temas abordados, com a maior atenção voltada para a expansão da cooperação comercial e econômica e de investimentos.
O comércio bilateral cresceu 14% em 2017 e outros 20% de janeiro a
junho de 2018.
“As empresas japonesas têm investido ativamente em vários setores de nossa indústria e agricultura. O investimento acumulado na economia russa chegou a dois bilhões de dólares. Aproximadamente cem iniciativas conjuntas mutuamente benéficas estão sendo implementadas com sucesso”, disse Putin.
A questão da península coreana
Moscou e Tóquio planejam cooperar de perto para resolver a questão da Península Coreana, disse Putin. O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e Putin trocaram pontos de vista sobre questões globais urgentes, incluindo formas de garantir segurança e estabilidade em toda a região da Ásia-Pacífico.
À situação na Península Coreana foi dada uma atenção especial. “Planejamos manter contatos estreitos para facilitar o diálogo inter-coreano e resolver todos os problemas no campo político e diplomático”, disse Putin.
Os presidentes da Rússia e China afirmaram que a Coreia do Norte precisa receber garantias de segurança em troca de seu processo de desnuclearização e juntos com o primeiro-ministro do Japão pediram a Pyongyang para que aproveite a oportunidade oferecida pelas negociações com os Estados Unidos e a retomada das relações
com a Coreia do Sul.
As duas coreias inauguram nesta sexta-feira, 14, um escritório de ligação conjunta na cidade de Kaesong, ao norte da fronteira dos dois países, com o objetivo de manter um canal de comunicação permanente e fortalecer os laços, segundo o Ministério da Unificaçãodo Sul.
“O líder norte-coreano Kim Jong-un espera que a Rússia faça esforços para amenizar as sanções à Coreia do Norte, dadas as medidas que vem tomando de acordo com as obrigações assumidas nas negociações de Cingapura”, disse a presidente do Conselho da Federação Russa (câmara alta do Parlamento), Valentina
Matviyenko.
P. C. Lester com agências Xinhua e Tass
Fórum Econômico Oriental reforça parceria da China com a Rússia
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