Maior jornal do Paraná troca diretora e muda formato para conter a crise

AROLDO MURÁ 
A saída da jornalista Maria Sandra Gonçalves da direção de redação do jornal Gazeta do Povo, no Paraná, na quinta-feira, 15, foi tal vez a mais surpreendente do longo episódio de declínio (ou ajuste à realidade do Brasil de hoje) do último dos grandes jornais paranaenses.
Admiradora e amiga dos dirigentes da GP, os irmãos Ana Amélia e Guilherme Cunha Pereira, Sandra foi despedida num clima fraterno. “Não seria ingrata, devo muito de minha formação à Gazeta, pelos muitos cursos e aperfeiçoamento que o jornal me propiciou e as oportunidades que me concedeu”, tem dito Sandra aos que o indagam sobre a demissão.
REDUZIR CUSTOS
A dispensa se tornou pública com Sandra publicando em sua conta no FaceBook o desligamento da empresa em que entrou em 1998, vinda de São Paulo.
O motivo da dispensa foi um só, “redução de custos”, medida que já vinha justificando o desligamento de outros jornalistas de alta qualificação, como Marisa Valério, Mauri Konig, o fotógrafo Covello…
O salário de Sandra era, possivelmente, o maior da mídia impressa do Paraná. Não grande coisa, se comparado com o que o mercado atribui a profissionais de outras áreas. “Mas devia andar em torno dos R$ 25 a 30 mil”, avalia um velho repórter da casa. O assunto não é abordado por Sandra: “Não posso, seria deslealdade de minha parte”, diz, quando provocada.
DESDE 1998
Com Sandra, primeiro como editora de Opinião, e depois como diretora de Redação, a GP viveu grandes momentos de expansão editorial, lutando “bravamente” contra o avanço das mídias digitais – “e até acolhendo-as muito bem”, observa o mesmo repórter. Ela e os jornalistas demitidos são das faces mais visíveis de um grande desajuste econômico que atinge o país e também de novas realidades impostas pelo mercado consumidor de jornal.
O que se sabe é que com Sandra, num certo período – talvez há um ano – a casa chegou a ter 220 funcionários. Hoje a folha de pagamento do pessoal da Redação da GP envolve 170 pessoas, ainda. Nesse rol incluem-se, além de jornalistas, webdesigners, operadores de vídeo, fotógrafos, auxiliares, etc. Não estão incluídos os gráficos, naturalmente nem o pessoal administrativo, publicitários e distribuição de jornais.
O SUCESSOR
Sandra, caracterizada pela franqueza, acredita que a GP ‘ficou em boas mãos’ com o jornalista Leonardo Mendes Junior, que ela mesmo readmitiu há um ano, quando ele retornou de São Paulo depois de experiência que não quis prolongar no Canal ESPN.
O jornal promove estudos para transformar suas edições no padrão “berliner”, formato de jornal como o inglês “The Guardian”. E um pouco maior do que o tabloide.
De qualquer forma, a adoção do novo formato não é para já. O mais certo é que comece em janeiro de 2016.

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