Elmar Bones
Por sete votos a cinco, a CPI do Detran aprovou ontem a convocação dos 17 primeiros indiciados na Operação Rodin. Entre eles estão dois ex-diretores da Assembléia Legislativa – Antonio Dorneu Maciel e José Antonio Fernandes – o empresário Lair Ferst, um dos coordenadores da campanha da governadora Yeda Crusius e Flávio Vaz Neto, ex-diretor do Detran.
A operação Rodin, deflagrada em novembro do ano passado pela Polícia Federal, investiga o desvio de R$ 40 milhões da autarquia e deu origem à CPI. A convocação dos 17 indiciados pela PF foi questionada pelo relator, Adilson Troca, do PSDB, com apoio dos representantes do PMDB e do PP.
Segundo Troca, o mais conveniente seria esperar que a Polícia Federal divulgue seu relatório, prometido para o dia 3 de março, para decidir pela convocação. O presidente da comissão, Fabiano Pereira, do PT, disse que “seria um péssimo sinal para a sociedade começar a CPI evitando incluir estes que são os cabeças de toda a fraude, que é a razão principal desta comissão de inquérito”.
Sem entendimento, o assunto foi a votação, validando a posição do presidente. Em outro ponto polêmico, sobre a requisição de toda a documentação do inquérito que está em andamento na Polícia Federal, também houve disputa e prevaleceu a posição dos governistas, de aguardar as conclusões do trabalho da PF, para então decidir pela requisição dos documentos.
Em seu primeiro dia efetivo de trabalho, a CPI aprovou também a convocação de todos os ex-diretores (foram sete) desde 1996, quando o Detran foi transformado em autarquia, com serviços terceirizados.
Também foram indicados para depor os três últimos secretários de Segurança – José Otavio Germano, João Paulo Bisol e Enio Bacci. O primeiro, Fernando Eichenberg, secretário no governo Britto, já faleceu. O Detran era subordinado à Secretaria de Segurança ate o ano passado, quando na reforma do governo Yeda passou para a secretaria de administração.
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