Gerdau suspende "Melhores da Terra" e é grande ausente da 40ª Expointer

A maior ausência da 40ª Expointer é a Gerdau, que dispensou a casa que alugava no parque de exposições de Esteio e desativou o prêmio Melhores da Terra, uma das grandes atrações do maior evento rural do Rio Grande do Sul.
Em mais de trinta edições da Expointer nas últimas décadas, a casa da Gerdau foi ponto de recepção de amigos e clientes convidados para almoços e jantares com shows e entrega de Prêmios a projetos inovadores no agronegócio.
Ali era feito o marketing institucional junto aos fabricantes de máquinas agrícolas e consumidores de artigos como arame.
O motivo da ausência na Expointer pode ser encontrado na leitura do balanço financeiro de 2016, ano em que o grupo Gerdau amargou um novo prejuízo de R$ 2,9 bilhões (R$ 4,6 bilhões em 2015) em consequência da persistente crise econômica, que vem afetando o consumo de aço.
No ano passado o grupo vendeu 15,6 milhões de toneladas de aço, contra 17 milhões de toneladas em 2015. A receita líquida caiu para R$ 37,7 bilhões, 13,6% menor do que a de 2015. Foi a primeira vez na década em que a receita do grupo Gerdau ficou abaixo de R$ 40 bilhões.
Usuário habitual de um marketing agressivo, o grupo Gerdau refluiu para um modus operandi bastante defensivo, principalmente depois que a Policia Federal visitou seu escritório central em fevereiro do ano passado, levando documentos e convidando o presidente André Joahannpeter a dar um depoimento à Operação Zelotes sobre fatos relacionados ao Conselho Administrativo da Receita Federal (CARF), onde reinava um polpudo tráfico de propinas.
Num esclarecimento público, a empresa afirmou sobre seu envolvimento na Operação Zelotes: “Ao contrário do que tem sido cogitado no noticiário, não se trata de sonegação – declaração falsa ou omissão com a intenção de eximir-se de tributos eventualmente devidos – e sim do exercício legítimo de direito pelas empresas da Gerdau, respaldado expressamente nas leis e na jurisprudência”.
Como reflexo da publicidade em torno do assunto, o grupo decidiu dias atrás pela saída da família Gerdau Johannpeter de cargos de direção, uma forma sóbria de abrir cancha para uma gestão que restabeleça a confiança do mercado no futuro do grupo, especialmente na América do Norte, onde grupos de acionistas iniciaram processos por supostas perdas decorrentes de administração inidônea.
São ações especulativas que parecem fazer parte da ofensiva liberal norte-americana para tirar vantagem de grandes ativos brasileiros. Cauteloso, o grupo Gerdau não fez provisões para esse caso incipiente, mas registra R$ 2,2 bilhões como provisão para “causas trabalhistas, tributárias e cíveis”.
De 2014 ao final de 2016, como parte de sua estratégia de enxugamento de custos e captação de recursos, o grupo Gerdau se desfez de 13 ativos em outros países, nos quais se concentra a maior parte de suas operações.
Essas alienações envolviam ativos “de pouco futuro” e resultaram em R$ 309 milhões, mas ajudaram a reduzir o endividamento geral em R$ 291 milhões. Em dezembro passado, a dívida bruta do grupo era de R$ 20,5 bilhões, seis bilhões a menos do que no final de 2015.
Nesse ritmo de queima de gorduras, com ou sem zelotes, podem-se iniciar as apostas para acertar em quantos anos (de um a cinco) a Gerdau estará de volta à Expointer.
Extremamente transparente, o balanço tem 86 páginas na internet e pode ser acessado no site www.ri.gerdau.com.

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