Grupo paulista compra a AES Sul, a melhor notícia do setor elétrico

A compra da distribuidora AES Sul pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), concluída na semana passada, é uma das melhores notícias que o setor elétrico do Rio Grande do Sul produziu nos últimos anos.
A transação envolve R$ 2,8 bilhões – R$ 1,7 bilhão a serem pagos pela concessão e os ativos, mais R$ 1,1 bilhão para cobrir as dívidas da AES Sul.
A mudança, porém, é muito mais do que um grande negócio.
Controlada pelo grupo americano AES Corporation, a concessionária gaúcha enfrentava dificuldades e não vinha correspondendo quanto aos investimentos.
Tanto que a CPFL, no momento em que confirmou a compra, anunciou  que vai aplicar nos próximos três anos mais R$ 1 bilhão, para melhoria da rede e do fornecimento de energia na região atendida pela empresa.
A AES Corporation foi um dos grupos privados que assumiu parte da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), quando ela foi privatizada, em 1995, pelo governo Britto.
Ficou com uma fatia que corresponde  a  1 milhão e 300 mil consumidores em 118 municípios gaúchos (veja o mapa) e gerou receita de  R$ 3,2 bilhões no ano passado. Mas, por razões ainda não bem conhecidas, não correspondeu às expectativas.
Com a compra, a CPFL consolida sua posição de maior grupo privado do setor elétrico brasileiro e como a maior empresa de energia no Rio Grande do Sul, já que ela é controladora da Rio Grande Energia (RGE), a outra concessionária que assumiu parte do mercado da CEEE no processo da privatização.
A CPFL Energia terá 120 dias para substituir toda a identidade visual dos ativos da AES Sul para a nova marca RGE Sul.
No curto prazo, essa será a única mudança percebida pelos clientes da concessionária, uma vez que todos os serviços prestados atualmente serão mantidos, tais como fatura por e-mail e débito em conta corrente. A operação também não implicará em mudanças nas tarifas de energia atualmente praticadas pelas AES Sul, segundo a empresa.
“Dentro do seu plano estratégico de investimento, o Grupo CPFL sempre busca a adoção de novas tecnologias, de padrões de redes e de equipamentos para melhorar a qualidade do fornecimento de energia aos seus clientes”, disse o vice-presidente de Operações Reguladas da CPFL Energia, Luís Henrique Ferreira Pinto
Com a aquisição, a CPFL Energia passa a ser responsável por fornecer 65% da energia em todo o Estado, atendendo 2,7 milhões de clientes e estando presente em 373 cidades.
“Por estarmos no Rio Grande do Sul há mais de 10 anos, com gestores e colaboradores gaúchos, conhecemos, admiramos e respeitamos as características, a cultura e a realidade do povo gaúcho. Temos a convicção de que a aquisição da AES Sul é mais um capítulo na longa história de contribuição do Grupo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado”, afirmo o novo presidente da RGE Sul, José Carlos Saciloto Tadiello.
Com a aquisição da AES Sul, o grupo paulista alcançará 14,3% do mercado brasileiro de distribuição de eletricidade. O negócio ainda precisará ser aprovado pela Aneel e pelo Cade.
A disposição e a estratégia para crescer mediante novas aquisições indicam que a CPFL é forte candidata no caso de se confirmar a intenção do governo Sartori de privatizar o que resta da CEEE.
 
 
A distribuição de energia elétrica no Estado é executada por 23 agentes – 8 concessionárias de serviços públicos e 15 cooperativas de eletrificação rural, sendo que 93,5% é fornecida por apenas três concessionárias – Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE-D), Distribuidora Gaúcha de Energia Elétrica (AES-Sul) e  Rio Grande Energia (RGE), somando mais de 4 milhões de unidades consumidoras.
As outras 5 concessionárias são de pequeno porte: Muxfeldt (Muxfeldt, Marin & Cia Ltda.), Uhenpal (Usina Hidroelétrica Nova Palma), Eletrocar (Centrais Elétricas de Carazinho S.A.), Hidropan (Hidroelétrica Panambi) e Demei (Departamento Municipal de Energia de Ijuí).
Além das concessionárias, existem 15 cooperativas de eletrificação rural: Celetro, Cerfox, Ceriluz, Cermissões, Certaja, Certel, Certhil, Cervale, Cooperluz, Coopernorte, Coopersul, Coprel, Cosel, Creluz e Creral.
 

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