O advogado e diplomata Hipólito José da Costa, festejado como o pioneiro da imprensa brasileira por ter mantido em circulação entre 1808 e 1822 o jornal Correio Braziliense, impresso em Londres, manteve com o rei D. João VI um acordo pelo qual amaciava as críticas a Portugal em troca de um subsídio financeiro.
Formado em Coimbra em 1798 e preso em Lisboa em 1803 por ser maçom, Hipólito refugiou-se na Inglaterra onde, para manter seu jornal circulando, deu aulas e fez traduções antes de inaugurar o popular jabaculê, a graxa, o chuncho – práticas que definem a promiscuidade entre a imprensa e o poder.
A revelação está na página 136 do livro 1808, de Laurentino Gomes, premiado com o Jabuti como o melhor livro-reportagem de 2008. A fonte de Gomes é o historiador americano Roderick J. Barman, que estudou as origens do nacionalismo brasileiro. Pelo acordo, a partir de 1812, Hipólito recebia uma pensão anual do monarca português instalado no Rio de Janeiro. O acerto foi intermediado pelo embaixador português em Londres, Domingos de Sousa Coutinho, irmão do ministro da Fazenda, Rodrigo de Sousa Coutinho, Conde de Linhares.
Quando o Correio parou de circular, Hipólito passou a trabalhar para o governo brasileiro em Londres, mas pouco aproveitou a sinecura, pois morreu em 1823, aos 49 anos. Nascido em Colônia do Sacramento (desde 1777 pertencente ao Uruguai), viveu em Rio Grande e no Rio de Janeiro, estudou em Portugal e viajou em missões oficiais aos Estados Unidos e à Inglaterra. O pai dele era alferes e seu nome completo era Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça.
Hipólito da Costa recebia subsídio do rei de Portugal
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