Incentivos fiscais: Sartori vai enfrentar o tabu?

A única novidade apresentada pelo governador José Ivo Sartori para enfrentar o rombo das contas públicas foi praticamente ignorada no noticiário.
Mereceu uma linha, a última, na coluna da Rosane de Oliveira, em ZH: “Vamos revisar todos os incentivos fiscais”, disse Sartori.
Se fizer isso, Sartori estará tocando num tabu, uma grande caixa preta, onde talvez esteja a única saída para seu governo enfrentar o déficit, que só este ano chega aos R$ 5 bilhões.
O governo Olívio Dutra (1999/2002) foi o único que ousou tentar revisar a política de desonerações – que não é uma exclusividade do Rio Grande do Sul, longe disso, mas tem no Estado um caso exemplar. Foi hostilizado.
No início do mandato de Tarso Genro, o segundo governo petista desse período deficitário, falava-se que a renúncia fiscal (impostos que o governo não cobra) chegava aos R$ 6 bilhões ao ano.
Contrariando as expectativas, Tarso optou por uma atitude propositiva e não só manteve como ampliou os benefícios fiscais.
O número atualizado há bom tempo não aparece no noticiário. Uma fonte confiável fala em R$ 9 bilhões ao ano (Veja bem: ao ano, metade disso poderia quase zerar o déficit previsto para 2015).
Uma análise criteriosa em todos esses contratos de desoneração já foi proposta pelo ex-deputado Flávio Koutzii, há mais de 15 anos. Não encontrou eco.
Até que ponto essa dinheirama, que vai faltar na segurança, na educação e na saúde, está sendo aplicada de acordo com o que está previsto nos programas em que o Estado abriu mão do imposto para estimular grandes projetos?
Quantos empregos foram prometidos? Quantos estão efetivamente existindo? Quais são as empresas beneficiadas? As perguntas não terminam, porque esse é um assunto  tabu.
Se Sartori ousar tocá-lo, talvez descubra a única saída que resta para amenizar o rombo do Tesouro e salvar o seu mandato.

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