Matheus Chaparini
Aos 81 anos, tombado pelo patrimônio público, o edifício do Instituto de Educação General Flores da Cunha já passou por quatro intervenções, mas pela primeira vez vai passar por uma restauração completa.
Além da recuperação de suas linhas originais, o prédio receberá instalações novas, equipamento de climatização, rampas de acessibilidade universal, sistemas de economia de energia e reaproveitamento da água da chuva.
O escritório 3C Arquitetura e Urbanismo venceu a licitação para o projeto, que foi realizado em 2012 e 2014, sob orientação técnica do arquiteto Leonardo Hortencio.
A obra será executada pela Porto Novo Empreendimentos e Construções, ao custo de R$ 22,5 milhões.
O prédio, de inspiração neo-clássica, foi construído em 1935, durante as comemorações do Centenário Farroupilha, para abrigar a antiga Escola Normal, que fazia a formação de professoras, mas seu primeiro uso foi como Pavilhão Cultural da exposição do centenário.
É tombado pelo município desde 1997, por estar dentro da área do Parque Farroupilha, e pelo estado, através do IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), desde 2006.
Em razão disso, não pode receber reformas, apenas restauração, que envolve um processo mais complexo.
TENTATIVAS DESASTRADAS
O arquiteto Tiago Holzmann da Silva conta que foram realizadas algumas tentativas desastradas de reforma, que pioraram a situação.
Ele cita a reconstrução do teto do ginásio, que está interditado há mais de dez anos. “Foi uma obra mal executada e o ginásio ficou um período longo sem cobertura. Isso estragou as paredes internas e o piso foi pro lixo.”
Silva é do escritório 3C, que recentemente ganhou uma licitação para restaurar o prédio da Usina do Gasômetro. O escritório desenvolveu também projetos junto à Prefeitura de Santa Tereza, município da Serra Gaúcha tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e em prédios históricos na área da Usina de Itaipu.
Instalações serão renovadas
O arquiteto explica que a obra atende a duas demandas: o restauro do edifício e a atualização das instalações. Toda a parte elétrica e hidráulica será refeita e o prédio será adaptado à legislação de prevenção de incêndios e terá acessibilidade universal para todas áreas, com a colocação de portões, rampas de acesso e um elevador. Além disso, o prédio receberá uma passarela coberta ligando os três blocos, centrais de lixo e gás, iluminação de led, climatização com de ar condicionado independente em todos ambientes e um sistema de captação da água da chuva, que será reaproveitada para os banheiros, limpeza, rega de plantas e reservatório para incêndio.
“É um edifício que teve uma construção de alta qualidade, mesmo com uma manutenção bem precária, ele está em ótimas condições. Tem problemas graves de telhado, mas a rigor é um edifício que tem estabilidade, não precisa de grandes intervenções”, afirma o arquiteto.
Telhado é o problema mais urgente
A cobertura é a parte mais complexa e urgente. Os alunos reclamam que chove dentro das salas do segundo andar. Será feito o levantamento de todo o telhado, ipermeabilização da laje e a recoloação do telhado com um subtelhado. Além disso, o sistema de calhas será todo refeito.A concorrência foi feita através de um edital de preço e técnica, que leva em consideração a equipe técnica envolvida.
“É muito mais fácil construir do que manter, ainda mais no Estado. Então se a construção for um pouco mais cara e elaborada e isso for baratear a manutenção, é um ganho. Por exemplo, se estoura uma calha, tem que fazer uma licitação, é demorado e enquanto isso fica chovendo dentro”, explica Silva.
Instituto de Educação: prédio histórico terá primeira restauração
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