Jardim Botânico de Porto Alegre faz 60 anos com os portões fechados

O Jardim Botânico de Porto Alegre completou 60 anos, neste dia 10 de setembro, com acesso liberado somente aos funcionários. Nem estudantes do Instituto de Biociências da UFRGS, que teriam uma aula de manejo e conservação da flora com o professor Paulo Brack, no início da tarde, conseguiram entrar.
O presidente da Fundação Zoobotânica, Paulo Cerutti, explicou que o Jardim Botânico é fechado às segundas-feiras e que não foi feito agendamento da oficina com os universitários.
No meio da tarde, um grupo de estudantes e ambientalistas fez uma manifestação em defesa da FZB, ameaçada de extinção pelo governo do Estado. O professor Brack lamentou os portões fechados num dia que deveria ser festivo e, portanto, estar aberto à visitação.
A implantação de um Jardim Botânico na capital gaúcha foi decidida pelo governador Ildo Meneghetti  e efetivada pelo secretário de Obras, Euclides Triches, que depois foi governador do Estado. Foi aberto ao público em 1958, mas só recebeu a atual denominação em 1959, no governo de Leonel Brizola.
Na comissão de implantação figuravam cientistas, médicos, engenheiros, arquitetos e urbanistas, como Edvaldo Pereira Paiva, Alarich Schultz, padre Balduino Rambo, Curt Mentz, F. C. Goelzer, Ruy B. Krug, Guido F. Correa, Nelly Peixoto Martins, Paulo Annes Gonçalves, Deoclécio de Andrade Bastos, além do senador Mem de Sá e do jornalista Say Marques, um dos idealizadores da Feira do Livro de Porto Alegre.
Possuía 81,5 hectares, mas hoje não passam de 36 hectares. O terreno original incluía uma colônia agrícola e a antiga chácara do Visconde de Pelotas, “compreendendo a elevação de um morrinho granítico a 50 metros sobre o nível do mar, vales de alguns arroios à sua periferia, marginados por várzeas de regular extensão”, na descrição do jesuíta Teodoro Luís, conservacionista espanhol que coordenou a implantação do Jardim Botânico.
Foi no período do governo militar que o Jardim Botânico teve suas maiores perdas. Os governadores nomeados doaram partes do terreno do JB a várias instituições: o Clube Farrapos, da Brigada Militar ; o Hospital São Lucas, da PUC; o Círculo Militar, do Exército; a vila Juliano Moreira, a Escola de Educação Física da Ufrgs; e os laboratórios da Fepam, que já foram retirados do local.
Em 2003, o JB foi declarado Patrimônio Cultural do Estado do Rio Grande do Sul, pela Lei nº 11.917. Atualmente, é considerado um dos cinco maiores jardins botânicos brasileiros, com um acervo significativo da flora regional. Possui 29 coleções científicas que somam mais de 4.300 plantas, incluindo espécies raras, ameaçadas de extinção e endêmicas ( que se encontram somente no RS).

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