Joaquim Nabuco vira point na noite da Cidade Baixa

Alexandre Haubrich
A saturação comercial de ruas como Lima e Silva, José do Patrocínio e República deflagrou um movimento – iniciado dois anos atrás na João Alfredo – de expansão dos bares para vias marginais. Calçadas das ruas Joaquim Nabuco, Lopo Gonçalves e outras, antes pouco cotadas, transformam-se em pontos de intenso movimento.
Gerente da lanchonete Castanhas, aberta em fevereiro de 2007 na Joaquim Nabuco, Laura Oliveira vê na migração uma tendência inevitável. “Daqui a alguns anos, o comércio vai todo para as ruas secundárias. Compare a João Alfredo de pouco tempo atrás: hoje ela é quase uma Lima e Silva”, observa.
Desde que abriu as portas, a gerente do Castanhas viu se multiplicarem os empreendimentos à sua volta. Apenas na quadra entre José do Patrocínio e Lima e Silva, já estão instalados um pequeno bar vendendo drinques, um pub e até um espaço cultural noturno.
A ampliação preocupa moradores, que reclamam principalmente da falta de fiscalização nos estabelecimentos. “Não somos contra bares, mas tem que ser tudo melhor regulamentado e realmente fiscalizado. Hoje, há uma total ausência do poder público no bairro”, critica o presidente da Associação dos Moradores da Cidade Baixa, Marco Antônio Souza.
A preocupação com a segurança também é ponto importante para ele. “A aglomeração de pessoas traz junto a violência. À noite na Cidade Baixa, o policiamento é inexistente”, observa.
Os bares da Joaquim Nabuco estão sempre cheios. Mas os responsáveis afirmam que o relacionamento com os vizinhos é garantido com horários reduzidos e proteção acústica. O Castanhas, por exemplo, fecha as portas à meia-noite, mesmo nas sextas-feiras, quando acontecem os saraus na casa. E no Tenório Espaço Cultural, onde os amantes do vinil podem ouvir o som característico dos LPs madrugada adentro, houve o cuidado de se fazer um isolamento acústico.
“Essas medidas são fundamentais, mas tem que haver um controle da prefeitura. A João Alfredo não existe mais e a Joaquim Nabuco vai pelo mesmo caminho”, reitera Marco Antônio.

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