Jornal francês fez apelo aos leitores para se manter

Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris:
– Mergulhado em uma crise financeira, o semanário Charlie Hebdo fez um apelo aos franceses com uma “vaquinha online” para salvar a publicação em novembro do ano passado.
Símbolo extremo da liberdade de expressão no país, o jornal não tinha leitores o suficiente para manter sua circulação.
Depois do covarde ataque terrorista ontem, que deixou 12 mortos e mais uma dezena de feridos, mais de 100 mil franceses foram às ruas em protesto.
Todos levantaram a bandeira do “Je suis Charlie”, em nome da democracia.
Mas não demorou até que as redes sociais estampassem o que grande parte da sociedade francesa pensava de Charlie Hebdo.
Para o francês ‘de base’, suas charges muitas vezes ultrapassavam o limite do aceitável e eram até consideradas uma agressão, uma forma de racismo.
A forma de censura dentro de casa era traduzida pelo baixo número de vendas. Nada, porém, justifica o fim trágico ocorrido na tarde de ontem, em Paris.
A polícia francesa iniciou esta quinta-feira (8), procurando dois suspeitos, dois irmãos, que teriam cometido o atentado contra o “Charlie Hebdo”.
Eles foram identificados como Said Kouachi, 34, Cherif Kouachi, 32.
Um terceiro suspeito, Hamyd Mourad, de 18 anos se entregou após ver seu nome circular nas redes sociais e afirma que é inocente.
Amigos dizem que, na hora do atentado, ele estava em aula.
Entre as vítimas –-mortas a tiros– estão o diretor da publicação, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e outros três cartunistas, entre eles o mitológico Wolinski, de 80 anos.
Foram mortos oito funcionários do jornal, um colaborador da publicação, um funcionário do prédio em que funciona o veículo e dois policiais. Além dos mortos, 11 ficaram feridos, quatro em estado grave.
Nesta quinta-feira houve um novo tiroteio, que terminou com uma policial morta e outra vítima em estado grave, mas não se sabe se há relação entre os casos.
Esse foi o pior ataque à mídia desde 2009, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas. E o atentado mais mortífero na França desde 1961.
O jornal já havia sofrido outros ataques por publicar caricaturas de líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação, que fica perto do monumento da Bastilha, foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé.
“Nós vingamos o profeta Maomé, nós matamos Charlie Hebdo”, disseram terroristas após a invasão. Segundo testemunhas, os criminosos se identificaram como membros do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen.
Após o ataque, mais de 100 mil franceses foram às ruas em várias cidades do país em homenagem às vítimas. A hashtag #JeSuisCharlie (#EuSouCharlie) se espalhou rapidamente pelas redes sociais.
10h41

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