Jovens criam startup ambiental para recolher resíduos de difícil destinação

Coletas domiciliares garantem reaproveitamento de eletrônicos, óleo de cozinha, remédios vencidos, lâmpadas e pilhas em Porto Alegre
Preocupados com os baixos índices de reciclagem em Porto Alegre, quatro jovens se uniram para fundar a Ecollect, uma startup que aproxima quem possui material reciclável em casa e quem realiza o trabalho de reaproveitamento.
“Nascemos a partir da constatação de que embora Porto Alegre seja pioneira na coleta seletiva no Brasil, o descarte na cidade é bastante incorreto. As pessoas colocam muito material que poderia ser aproveitado no lixo comum, o que aumenta o custo da prefeitura e gera um problema ambiental grande”, alerta a bióloga Jéssica Alvarenga, uma das sócias do empreendimento.
A Ecollect se propõe a encontrar destinação para aqueles materiais mais complicados, que muitas vezes despertam dúvida no cidadão sobre o descarte correto: eletrônicos, óleo de cozinha usado, remédios vencidos, lâmpadas e pilhas.
“Todo mundo gera esse tipo de resíduo e não é tão simples saber como separar, como acontece com papel ou plástico”, justifica Pedro Papini, que está terminando o curso de Biologia na Ufrgs.
O serviço oferecido pela empresa é simples: qualquer pessoa que tiver algum dos materiais da lista em casa – em qualquer quantidade – pode agendar uma coleta domiciliar através do e-mail (ecollectpoa@gmail.com), Whats App (51 98525-5995) ou ainda nas páginas de Facebook e Instagram.
A Ecollect, por sua vez, possui uma lista de empresas e instituições parceiras que receberão esse material uma vez por mês, de forma segura.
“É muito importante que esse material não vá direto para o aterro, retorne para a indústria e seja reaproveitado de maneira correta, tanto pela questão ambiental quanto pela econômica”, complementa Marcel Zart, que estuda Engenharia de Minas, também na Ufrgs.
Além de Jéssica, Pedro e Marcel, completa o time de empreendedores a engenheira de alimentos Fabíola Cacciatore.
Eles se conheceram em um curso de empreendedorismo oferecido pela universidade federal e estão batalhando para que a Ecollect seja um dos projetos selecionados ao final das aulas para receber mentoria profissional.
Para atingir o objetivo, precisam dar o passo inicial e captar um volume mínimo de clientes, razão pela qual estão desenvolvendo um projeto piloto ao longo do mês de abril no bairro Bom Fim.
Neste período, cada coleta no bairro terá o valor de R$ 20, independentemente da quantidade de material a ser recolhido. “Dizemos que estamos abertos 24 horas, porque as pessoas podem mandar mensagem em qualquer momento do dia para agendar – contanto que o material esteja dentro das categorias propostas, claro”, convida a bióloga.
Preocupação ambiental e social
Dar a destinação correta a um resíduo doméstico tem impacto ambiental sob muitos aspectos. Um chip de celular jogado na lixeira comum, ou mesmo descartado como reciclável pode gerar problemas. “Chips e outras peças de celular e de computador estão cheios de metais pesados que podem contaminar o solo. Mas essas placas de circuito também possuem minérios como ouro e cobre que podem ser recuperados pela reciclagem, gerando menos necessidade de busca na natureza”, explica Pedro Papini.
Já o óleo de cozinha usado, se descartado incorretamente polui as águas e o solo. “Além disso, contribuiu para aumentar o efeito estufa, pois a decomposição do óleo gera gás metano. Reciclado, pode gerar biodiesel, tinta, sabão e sabonete”, esclarece a engenheira de alimentos Fabíola Cacciatore.
Com a criação da Ecollect os quatro jovens esperam reduzir esses passivos ambientais e também fomentar atitudes mais ecológicas na população de Porto Alegre. “A cidade se orgulha da coleta seletiva, de ter sido a primeira a implementar, e realmente foi inovador naquela época. Mas hoje em dia parece que não funciona… segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, menos de 3% do que poderia ser reciclado de fato é, e mais da metade dos resíduos domiciliares são do tipo orgânico, que vai direto para o aterro, sem ser compostado”, lamenta o estudante de Biologia.
“Mais do que fundar uma empresa, estamos tentando implementar uma ideia. Queremos que as pessoas aprendam o valor que essas atitudes possuem, por isso pretendemos ir além da prestação de serviço, promovendo a conscientização da sociedade”, sintetiza Jéssica Alvarenga.
SERVIÇO – Ecollect Porto Alegre
Projeto piloto no bairro Bom Fim
Quando: ao longo do mês de abril
Quanto: R$ 20,00 a visita
O que: eletrônicos, óleo de cozinha, remédios vencidos, lâmpadas e pilhas
Como: e-mail (ecollectpoa@gmail.com), Whats App (51 98525-5995), Facebook (http://www.facebook.com/ecol lectpoa/) e Instagram (@ecollectpoa)
 

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