Livro denuncia danos causados por mineradora no Baixo Amazonas

“Antes a água era cristalina, pura e sadia”.
Esse é o título do livro recém-lançado pela Comissão Pró-Índio de São Paulo. A publicação destaca impactos de 40 anos da mineração em Oriximiná, cidade do oeste paraense.
O livro reúne depoimentos de moradores do Quilombo Boa Vista e das comunidades ribeirinhas Boa Nova e Saracá.
Eles denunciam poluição e redução no nível dos rios a partir da instalação de 25 barragens de rejeitos.
A empresa apontada como responsável pela maior parte dos problemas é a Mineração Rio do Norte.
Lúcia Andrade, coordenadora da Comissão Pró-Índio e autora do estudo, afirma que, devido a atividade mineradora, a população do Baixo Amazonas passou a ter dificuldade de acesso à água potável e apresenta diversas doenças associadas à contaminação dos rios, como alergias de pele e respiratórias.
Amarildo Santos de Jesus, do Quilombo Boa Vista, conta que a mineração em Oriximiná aterrou o igarapé onde a comunidade pescava.
“O igarapé foi baixando, foi baixando. A gente caía n´água no igarapé pra tomar banho. Hoje o igarapé secou tanto que a gente cobre a costa do pé. A gente percebeu que a água sumiu, baixou muito.”
Ilson Santos, da comunidade ribeirinha Saracá, também reclama do baixo nível dos rios e da polução das águas.
A pesca já não é suficiente para sustentar a comunidade e parte das famílias migraram para a área urbana, onde sobrevivem de forma precária.
“A gente está sofrendo um impacto lá com a mineradora. A nossa água que, além de suja, a gente tá percebendo que ela tá diminuindo cada vez mais. As outras coisas, como problema de doença, que a gente não tem nada definido da empresa, deixa somente a sujeira, não tem confirmação de nada, não tem uma palestra.”
O livro da Comissão Pró-Índio de São Paulo faz uma série de recomendações para órgãos públicos e para a Mineração Rio do Norte, que atua na região de Oriximiná.
Em nota, a empresa afirma que realiza investimentos socioambientais no Baixo Amazonas.
A Rio do Norte diz ainda que a água que abastece as comunidades é monitorada e está própria para consumo humano. A empresa, no entanto, considera importante aprofundar as pesquisas sobre a qualidade da água, bem como avaliar o impacto de outras atividades econômicas.
O Ibama recebeu a pesquisa da Comissão Pró-Índio e afirma que vai analisar os dados. O órgão informa que acompanha sistematicamente o empreendimento em Oriximiná e monitora os impactos sobre recursos hídricos.
(Com Agência Brasil)

Adquira nossas publicações

texto asjjsa akskalsa

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *