O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) lançou na última quinta-feira (24/04), na sede da instituição, o seu Catálogo Geral. Trata-se de uma publicação de 468 páginas que documenta a coleção de cerca de três mil obras pertencentes ao Museu, que reúne o maior acervo artístico do Estado.
O Catálogo é resultado do Projeto de Digitalização do Acervo do MARGS, desenvolvido a partir de 2011, e foi patrocinado pela Caixa Econômica Federal.
Do quadro, “Balança”, do fluminense Abelardo Zaluar (1924-1987), primeiro nome da lista alfabética, ao último, da artista plástica gaúcha Zorávia Bettiol, e sua xilogravura “O colar”, o catálogo revela o verdadeiro tesouro que é o acervo do MARGS.
Obras de artistas nacionais de grande renome como Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral; uma gravura de metal do louco e genial surrealista Salvador Dali. Verdadeiras coleções de obras de artistas gaúchos, tais como: Pedro Weingärtner, Carlos Scliar, Iberê Camargo, Vasco Prado.
Enfim, uma enorme publicação – reunindo artistas brasileiros e estrangeiros, obras do século XIX ao XXI, dados biográficos – organizada por Raul Holtz, coordenador do núcleo de acervo do MARGS, e sua equipe de colaboradores. E que contou, para a sua realização, com a estreita participação da Associação dos Amigos do Museu (AAMARGS).
Holtz, arquivista formado pela UFRGS, faz questão de salientar que a conclusão do projeto de digitalização do acervo incrementou a sua conservação, manejo e planejamento de novas aquisições. Ressalta tratar-se, este catálogo, de um primeiro volume, pois, durante o seu período de elaboração mais de 300 obras, por intermédio de aquisição ou doação, somaram-se ao acervo já existente. Ou seja, a virtualidade de um segundo volume já se faz presente.
Por enquanto, este primeiro volume, além do inventário das obras, traz bons textos de análise e reflexão, pois, quase sexagenário, o MARGS, como um velho senhor, tem muitas histórias para contar.
Trajetória da instituição
Por este viés, José Francisco Alves, curador-chefe do Museu, no texto “O acervo como protagonista do MARGS”, recupera parte da trajetória da instituição, criada por decreto estadual em 1954, sem sede e sem acervo; do seu primeiro diretor, Ado Malagoli (1906-1994), que pensou o museu enquanto “arte brasileira do presente”; ou Xico Stockinger (1919-2009), que, em 1963, capitaneando a instituição, transformou o museu numa ativa galeria, pois o acervo existente “não era suficiente para uma programação de maior envergadura”; aos dias atuais, em que o MARGS, “pela excelência do seu acervo passou a ter como protagonista a própria instituição”.
Já o diretor do museu, Gaudêncio Fidelis, nos textos “Programa e estratégia” e “Justaposição do labirinto” faz um balanço administrativo e cultural de sua gestão, 2011-14, no que tange a melhoria da infraestrutura, exposições, qualificação do acervo, conservação e restauro, e resgate das relações com a comunidade.
Segundo Fidélis, houve incremento em todos os setores, destacando-se, entre outras coisas: a instituição da função de curador-chefe e um núcleo de curadoria; a introdução, no acervo, da área de Design; a instalação de um moderno sistema de iluminação, maior segurança. Assim, para Fidélis, diante deste saldo positivo, o ingresso do MARGS no clube dos museus mais importantes da América Latina “dependerá apenas de seus futuros diretores”.
Francisco Ribeiro
Catálogo Geral do MARGS
Onde comprar: Loja do MARGS, Praça da Alfândega (Centro Histórico)
Preço: R$120,00
MARGS lança catálogo geral
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