Higino Barros
Joias, bichos, flores, formas geométricas, plantas, lugares, ambientes, situações, climas e natureza, fazem parte das explicações que Marta Dischinger dá sobre sua exposição no Ponto de Cultura do Solar do IAB. Ter uma visão da mostra, no entanto, é mais fascinante. Ela fascina pela leveza, encantamento e reflexão que provocam no expectador. É bem o que ela anuncia: uma visita.
Segundo sua curadora, Ester Meyer, a exposição reúne uma produção de obras que abrangem diversas técnicas: gravuras, desenhos e objetos. “Marta Dischinger cria uma relação afetiva com a Paisagem compreendidas através de memórias e redescobertas em seus territórios como lugares de arte. Nestes percursos, plantas, águas, animais, rochas, etc, são incorporados às fantasias e convidam às diversas reinterpretações”, escreve Ester Meyer na apresentação da mostra.
Já para a artista plástica Marta Dischinger, o trabalho exposto no Ponto de Cultura Solar do IAB é fruto de uma trajetória: “Desde criança gostava de construir no chão cidades e jardins com folhinhas, flores e pós coloridos, desenhar plantas e paisagens imaginárias, recortar figuras, animaizinhos – a tesoura definindo as voltas e cortes e descobrindo as formas. Dentre as muitas coisas que fiz e faço, algumas surgem a partir de uma necessidade de buscar soluções para um problema, onde a partir de espaços, formas, objetos, ações, leituras algum tipo de mudança pode ocorrer. Já outras surgem quase que sozinhas, sem motivo aparente, criando no momento do fazer distância e proximidade apenas ao que está materialmente presente – cores, tintas, linhas, papel, plástico, contas, instrumentos – e aos gestos prazerosamente repetidos que geram por si só formas, figuras, sentimentos e significados”.
E a artista continua: “Nesta exposição tento mostrar um pouco de algumas destas breves fugas para um lugar mais pessoal e absorto. Alguns desenhos presentes nos livrinhos são frutos de preocupações e angústias, outros são puras brincadeiras ou histórias para crianças, outros ainda estratégias para enfrentar reuniões de trabalho. Já as xilogravuras nascem do traçar com instrumentos de corte linhas finas na madeira e principalmente no plástico, e de recortar formas para compor montagens numa matriz. As serigrafias, quase todas foram feitas a partir de recortes em lâminas de radiografia montadas depois para criar imagens, com exceção do “visitante” feito a partir de uma aquarela.
As pequenas joias e móbiles de acrílico tem duas origens: minha antiga paixão por contas de vidro e coisas pequeninas e por colecionar, montar e desmontar meus colares – até o dia em que pela primeira vez pensei em desenhar minhas próprias peças. A outra origem vem do trabalhar com o material acrílico que utilizamos, eu e Ivan de Sá, para fazer as figuras que se movem em luminárias criadas para aliviar stress de crianças em ambulatório de um hospital de São Paulo. Já os móbiles em PVC foram o primeiro trabalho conjunto com Ivan de Sá, eu com o saber de meus brinquedos de soprar, e Ivan com a vontade e o saber construir”.
Marta Dischinger- Florianópolis, agosto de 2017
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Marta Dischinger expõe breves fugas para um lugar mais pessoal e absorto, no Solar do IAB
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