Moinhos de Ventos no buraco

Graças às obras do Conduto Álvaro-Chaves Goethe, “canteiro de obras” é a expressão que melhor resume a condição atual das principais vias do Moinhos de Vento e oito bairros dos arredores. Atualmente, a Cristóvão Colombo e a Coronel Bordini estão com trechos interrompidos que não serão liberados antes de novembro e dezembro, respectivamente.
O trânsito, especialmente na Marquês do Pombal – utilizada como desafogo da Cristóvão –, está caótico. Buzinas e o motor das máquinas acabam com a tranqüilidade do bairro. Além da poeira acumulada e da dificuldade de acesso a determinadas áreas cujos retornos são longos. Os pedestres são prejudicados pela redução das calçadas – que constantemente são utilizadas como “via alternativa” por motoboys apressados.
A construção começou em 2005 e a previsão inicial para conclusão era julho deste ano, mas um desvio na Marquês do Pombal – que evitou a derrubada do recém declarado Túnel Verde – provocou um adiamento.
O diretor de obras do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Sérgio Zimmermann, assegura que estará pronto até o fim do ano. “A Cristóvão vai estar concluída este mês, depois, é a vez da Bordini”.
Mas não recebe muito crédito de moradores e comerciantes da região, cansados dos transtornos que duram dois anos. Ainda assim, a maioria admite a importância da obra que deve terminar com as inundações causadas pela insuficiência da rede pluvial.
Interrupção do trânsito e das vendas

O uruguaio Eduardo Anqueres é o dono da pastelaria El Cuervo, inaugurada há seis meses na Cel. Bordini, e nunca recebeu clientes vindos de carro. A rua está fechada desde que a casa abriu e o uruguaio contabiliza 40% de prejuízo. “Os comerciantes e a sociedade estão reféns da incompetência da Prefeitura e da empreiteira”, ataca.
Empreendedores da Cristóvão temem uma repetição dos transtornos do final de 2006, quando promoveram uma campanha para evitar as obras na época do Natal. Amanda, gerente da loja da Boticário da galeria Esplanada Center, conta que muitos comerciantes deixaram o empreendimento por conta da dificuldade de acesso, barulho e poeira que todos os dias afastam os clientes.
Buraco na Bordini completou um ano em agosto
Uma cratera e uma tela laranja é o que Humberto Carvalho enxerga a cada vez que sai de seu prédio, na Cel. Bordini. A obra parou ali para não trancar a Marquês do Pombal enquanto a Cristóvão não fica pronta. A demora gerou um protesto em agosto, quando o buraco completou um ano.
A principal reclamação é a retirada da calçada, que custou caro aos moradores. “Quero ver se vão botar de volta ou se só vão jogar cimento”, explica.
Com a chegada do calor, a preocupação deve aumentar porque a água acumulada no buraco pode causar a proliferação da dengue.
O diretor do DEP explica que todas as calçadas serão arrumadas, mas que as que eram feitas de pedras específicas serão refeitas com basalto, como determina a Legislação de Porto Alegre. (Reportagem de Alexandre Haubrich)

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