“Se tivesse chovido mais 15 minutos ontem tínhamos perdido tudo outra vez”, disse o representante do Conselho Popular da Zona Norte e morador do bairro Sarandi, Derli Vitcoski, referindo-se à pancada de chuva, de aproximadamente 20 minutos, ocorrida na noite desta segunda-feira (10), em Porto Alegre.

Os moradores do bairro hoje foram à Câmara de Vereadores. Queixaram-se dos seguidos alagamentos na região, que se tornaram corriqueiros nos últimos três anos. Ao longo de quase duas horas, residentes e comerciantes da região reclamaram à Comissão de Urbanismo Transportes e Habitação (Cuthab) dos transtornos causados pela chuva,devido à falta de limpeza dos arroios e de falhas nas casas de bombas da região:
“É mau cheiro e sujeira, baratas e ratos. O trauma é grande”, relatou Margarete Teixeira Coelho, presidente da Associação dos Moradores da Rua Serafim Alencastro e Entorno (Amarsae). Por conta das perdas materiais, segundo ela, muitos moradores adoeceram e precisam se submeter a tratamento psiquiátrico e tomar remédios. O último alagamento ocorreu no dia 15 de março deste ano. Há pelo menos quatro anos a chuva invade as casas e destrói móveis, eletrodomésticos e demais bens dos moradores das vilas Leão e Elisabeth.
Representantes do DEP (Departamento de Esgoto Pluvial), Carlos Adolfo Bernd e Marcelo Dill, compareceram à reunião. Depois de culpar a população por jogar lixo nos cursos d’água, os dois técnicos admitiram: há “defasagem” na limpeza dos arroios e córregos, e ao menos uma das casas de bombeamento não está funcionando direito. “O contrato de limpeza expirou há um mês e precisamos fazer uma nova licitação”, explicou Bernd.
Os moradores pediram que a limpeza e dragagem sejam feitas a cada três meses, e que seja concluído o muro de contenção do arroio Sarandi. Fotos dos alagamentos foram mostradas durante a reunião.
R$ 87 milhões parados em Brasília
“Córregos que causam alagamentos devem ser drenados”, afirmou o promotor Heriberto Ross, do Ministério Público de Habitação. Segundo ele, há cerca de R$ 87 milhões disponibilizados pelo governo federal, que poderiam ser usados na manutenção de esgotos e casas de bombas, mas que estão trancados no Ministério das Cidades. “Precisamos que o Legislativo e Executivo municipal vão atrás dessa verba”, ressaltou o procurador.
Ao final da reunião, os vereadores da Cuthab decidiram agendar nova reunião em 15 dias, para que o DEP apresente um conjunto de obras emergenciais para diminuir os prejuízos causados pela chuva desde 2014. Também ficaram de marcar uma vistoria nas casas de bombas da região.
Os integrantes da Cuthab querem examinar a assinatura de contratos emergenciais para desassoreamento na área e outras obras emergenciais, e elaborar um Projeto de lei do Legislativo para que todos os empreendimentos denominados nível 2 – os que exigem contrapartidas de alta monta – passem primeiramente pela Câmara, antes de serem aprovados no âmbito do Executivo (para tanto, é necessária uma alteração no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental).



Moradores do Sarandi querem ações contra alagamentos na região
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