Movimento quer incluir o Pampa no patrimônio nacional

Matheus Chaparini
A inclusão do Pampa entre os biomas protegidos pelo patrimônio nacional foi a principal reivindicação do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, integrado por várias entidades ambientais, no evento que marcou o Dia do Bioma Pampa, no auditório da Faculdade de Economia da UFRGS. A data é celebrado em 17 de dezembro, em homenagem ao aniversário do ambientalista José Lutzenberger.
As bandeiras levantadas pelo movimentos foram a defesa do PEC 5/2009, que visa incluir o Pampa, o Cerrado e a Caatinga no patrimônio nacional, como já são o Pantanal, a Amazônia e a Mata Atlântica e a derrubada do decreto estadual 51.431/2015, que estaria indo a Constituição Estadual e criando brechas jurídicas que desobriguem as reservas legais.
A Promotra de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, Annelise Steigleder, classificou como “lamentável” o decreto. “Não está regulamentando nada e está retirando a segurança jurídica garantida pela Constituição Estadual.” A promotora criticou ainda a falta de consulta à população e às universidades na elaboração do decreto, o que teria gerado falhas técnicas.
A geógrafa Monica Wiggers do IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado) abordou o bioma pampa como patrimônio cultural e defendeu a importância desta classificação na ampliação de áreas protegidas. “É preciso aliar a proteção do patrimônio com a proteção ambiental.”

Evento foi organizado pelo Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente
Evento foi organizado pelo Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente

Eduardo Velez, biólogo do Centro de Ecologia da UFRGS, falou sobre a biodiversidade do Pampa. Segundo ele, são mais 2.500 espécies botânicas no bioma e 10 tipos diferentes de campo já foram identificados. “A preocupação ambiental no Brasil geralmente está voltada para as florestas e podemos evr que o Brasil não é só floresta.” O biólogo afirmou ainda que o Pampa é o bioma com situação mais crítica de conservação e apontou falhas técnicas no decreto estadual.
Pampa é o bioma menos protegido
O Pampa é um bioma exclusivo da metade sul do Rio Grande do Sul, ocupa uma área de 178.243 km2, correspondendo a 63% do território gaúcho. É o que apresenta o menor número de áreas protegidas, apenas 0,36% de sua área de ocorrência. O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados e afloramentos rochosos.
Os painéis foram mediados pelo professor do Departamento de Botânica da UFRGS,Paulo Brack. A abertura ficou por conta dos músicos Germán Álvarez e Marcelo Egüez, que apresentaram canções de Alberto Zitarrosa e Atahualpa Yupanqui.
O evento foi organizado pelo MoGDeMA (Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente) com apoio da AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), InGá (Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais), NEJ/RS (Núcleo de Eco Jornalistas) e Grupo Viveiros Comunitários, projeto de extensão do Instituto de Biociências da UFRGS.

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