Mulheres articulam greve internacional no 8 de março

O dia 8 de março, tradicionalmente marca o Dia Internacional da Mulher. Este ano, uma programação unificada está sendo articulada para Porto Alegre. O movimento, que está sendo chamado de 8M, reúne diversos coletivos, movimentos e centrais sindicais e integra uma mobilização internacional. “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós” é o tema deste ano.
O objetivo é construir uma greve internacional, um dia sem mulheres. Ou seja, que as mulheres trabalhadoras cruzem os braços tanto em relação ao trabalho, de qualquer natureza, formal ou doméstico. É um 8 de março classista, focado na mulher trabalhadora. Uma forma de crítica ao caráter despolitizado que a data vem tomando nos últimos anos. “Não nos levem flores, vamos parar” é o título de um dos artigos publicados no site do 8M Brasil.
Em Porto Alegre, a articulação começou em janeiro, durante atividades do Fórum das Resistências. No dia 20 de fevereiro foi realizada uma assembleia geral. Integram Fazem parte movimentos de mulheres negras, lésbicas, trabalhadoras rurais, quilombolas, indígenas, atingidas por barragens, sindicatos e ocupações. A programação integra um movimento internacional. O grupo mantém contato com movimentos de mulheres de países da américa latina, como a Argentina, onde o movimento é bastante forte, além de Itália, Polônia e outros.
Reforma da previdência e violência contra a mulher
A mobilização se concentra em duas pautas principais: o combate a todas as formas de violência contra a mulher e a luta contra a reforma da Previdência. Segundo a Organização das Nações Unidas, o Brasil tem o quinto maior número de feminicídios do mundo.
Outro dado chocante em relação à violência contra mulher é que a cada onze minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. O dado vem da FBSP (Federação Brasileira de Segurança Pública), que reúne dados de todas as secretarias de Segurança Pública do país. Porém, como há uma grande subnotificação dos casos, é provável que o número de estupros seja ainda maior.
Para o movimento, as mudanças que vem sendo articuladas pelo Governo Federal na Previdência atingem principalmente as mulheres. Questões como a equiparação do tempo de trabalho não levam em conta uma certa invisibilidade do trabalho feminino, que vai além do trabalho formal, englobando tarefas que geralmente são cumpridas por mulheres como o trabalho doméstico e os cuidados com a criação dos filhos.
Além disso, elas entendem que os ajustes fiscais promovidos pelos governos federal e estadual atingem diretamente as políticas públicas para as mulheres, o que é considerado uma violência institucional. Outra pauta trazida pelo movimento é o aborto legal garantido pelo SUS.
Ao longo de todo o dia, marchas, debates e atividades culturais
O movimento de mulheres está construindo uma programação ao longo de todo o dia. O início é a acolhida às mulheres da Via Campesina, que devem chegar à capital às 5h30. Dois grupos, partindo do Laçador e da Ponte do Guaíba. Os grupos devem se concentrar em frente ao INSS em torno das 8h e partir em caminhada pelo centro.
A ideia é estar o dia inteiro em marcha. A maior parte das atividades deve se concentrar entre a Esquina Democrática, Largo glênio Peres e Praça da Matriz. Às 10, acontece na Assembleia Legislativa um seminário sobre a reforma da previdência e as mulheres. Ao meio dia, acontece um ato em apoio à Ocupação Mirabal, na rua Duque de Caxias, 380.
Às 14h, há um seminário sobre a reforma da Previdência na Faculdade de Educação da UFRGS, promovido pela Fassurgs. Na Praça da Matriz, ao longo de toda a tarde, estão prevista atividades culturais.
O dia de mobilização se encerra com um ato na Esquina Democrática, com concentração a partir das 17h.
O ano de 2017 marca o centenário do reconhecimento do dia Internacional da Mulher pela Internacional Socialista. Por isso, esta articulação está sendo chamada de Internacional Feminista. Desde o final do século XIX, a data já era adotada em alguns países como um dia de mobilização pelos direitos das mulheres.

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