Morreu neste sábado, 21, aos 89 anos, no Rio, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, um dos nomes fundamentais do Cinema Novo. Ele estava internado havia uma semana no Hospital Samaritano, na zona sul da cidade.
Às 17 horas, a família confirmou a morte, em consequência de um câncer de fígado diagnosticado há 40 dias.

“Ele inventou o cinema do Brasil”
Rio 40 Graus, Rio Zona Norte, Boca de Ouro, Vidas Secas, Memórias do Cárcere são alguns dos longas dirigidos por Nelson Pereira dos Santos.
“O Nelson inventou a maneira de fazer cinema no Brasil”, disse, por exemplo, Cacá Diegues. “É um dos construtores deste pais”, afirmou Caetano Veloso, para quem o autor trouxe “um núcleo que faltava” ao cinema nacional.
O compositor e também cineasta Sérgio Ricardo escreveu um depoimento emocionado em rede social. “Nelson Pereira dos Santos, dos Deuses, dos Sábios, dos Gênios, dos humildes, da generosidade, do amor maior, por aí afora na dança dos predicados do ser íntegro, que deixa um lastro quilométrico de competência e humanidade, merecedor de um monumento de gratidão a se erguer no cenário de nossa cultura, cujo cinema emancipou-se a partir de sua obra como ponto de partida da linguagem de um Brasil verdadeiro.”
Com obras precursoras, como Rio 40 Graus, de 1955, retratando o morro e sua realidade, o diretor abriu caminho para o que depois se chamaria movimento do Cinema Novo. O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira afirmou que ele “enxergou o Brasil e o povo brasileiro como ninguém havia feito antes”, criando “um olhar original e universal”. Foram mais de 20 longas, lembrou: “Em quase todos, mesmo na comédia, denunciou as mazelas do capitalismo subdesenvolvido nacional e elogiou nossa capacidade de criar e resistir às injustiças”.
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