No Mês da Mulher, Chapéu Acústico está de volta, só com vozes femininas

Higino Barros
No Mês Internacional da Mulher, março, o projeto Chapéu Acústico, realizado às terças-feiras, às 19 horas, no Salão Mourisco da Biblioteca Pública Estadual, marca seu retorno, com uma programação especial, só com cantoras. Paralelo ao evento musical, no mesmo local, haverá também a exposição” Diversas e Controversas” da artista plástica Graça Craidy.
O Chapéu Acústico foi o projeto musical mais bem sucedido em 2017, num cenário que está aquecido em Porto Alegre: a cena da música instrumental ou com voz. A capital gaúcha tem na atualidade cerca de dez casas noturnas com música ao vivo de qualidade, feita por artistas locais, que se não têm a visibilidade merecida na grande mídia, compensa isso com a existência de um público fiel, antenado e diversificado. O Chapéu se diferencia por ser realizado em local público, num horário acessível e conta com um público médio de 60 pessoas, considerado bom pelos seus produtores já que a sala comporta cerca de 66 pessoas.
Segundo seu idealizador e curador, Marcos Monteiro, o Chapéu foi pensado debaixo do chuveiro. Tomando banho ele se deu conta da enormidade de músicos talentosos que vivem na cidade e que se provocados topariam a ideia do projeto. Apresentação sem cachê fixo, com pagamento espontâneo do público, fruto do que se arrecada na passagem de um chapéu pelo público.
Acústica diferenciada
“Houve apresentação que rendeu 100 reais, teve outra que rendeu 1.500. O dinheiro arrecadado fica todo para os artistas. Mas a relação artista e público foi tão gratificante para os dois lados, que o projeto foi se consolidando com o tempo”, analisa Monteiro.
Parte do sucesso é atribuído por Monteiro  ao local onde ele se realiza. O Salão Mourisco da Biblioteca Municipal, um salão com acústica diferenciada e que guarda parte da história arquitetônica e decorativa da Biblioteca. “Para isso houve a parceria e o entusiasmo da Morgana Marcon, diretora da instituição. Ela é do tipo da pessoa que faz. Não fica esperando que venha recursos oficiais, patrocinadores e coisas assim que movem a maioria das entidades culturais públicas. O que dá para realizar e depender dela, a coisa acontece. Daí um dos segredos do projeto”, discorre Marcos Monteiro.
O projeto já está com programação agendada até outubro e pretende celebrar seu primeiro ano de existência com uma apresentação da banda Big Brothers, formado por 21 instrumentistas da capital, que tocou na primeira edição e volta como destaque do projeto.
“Vamos abrir nossa programação homenageando as mulheres durante todo o mês, com uma cantora da qualidade da Anaadi, e teremos o talento da Valéria como um dos diferenciais do projeto. Mas o resto da programação é todo pensado na qualidade dos nossos artistas”, conclui Monteiro.
 A programação feminina
A agenda abre nesta sexta-feira (2), com Anaadi, novo nome artístico de Ana Lonardi, com o show ‘Noturno’. Em clima de encontro íntimo, a cantora, que se destacou no programa The Voice Brasil, apresentará canções que começam a cativar ouvidos pelo Brasil, como ‘Sexyantagonista’ e ‘É Fake (Homem Barato)’, com temática feminista e bem-humorada. Com nuances soul, afro, jazz e samba, o show é uma viagem musical pelo universo da noite, da sensualidade e do romantismo daqueles que sabem aproveitar os prazeres da vida urbana. No repertório, além das canções do disco ‘Noturno’, algumas do próximo trabalho, ‘Iluminar’, como ‘Não Se Proteja da Felicidade’ e ‘Maria Bonita’.
Valéria
Os demais shows serão às terças-feiras, começando no dia 6 de março por Valéria, novo nome artístico de Valéria Houston. No show ‘Feminino’, ela estará acompanhada por seu parceiro de longa data, o violonista Rafael Erê, para interpretar um repertório eminentemente feminino, com destaque para composições e intérpretes que a influenciaram, inclusive autores e intérpretes trans.
Elisa
Dia 13 de março é a vez de Elisa Meneghetti apresentar sua mistura de psicodelia tropicalista, mesclada ao funk americano, reggae e ao bom e velho rock’n’roll, acompanhada de Andrei Correa (guitarra), Duda Cunha (bateria) e Filipe Narcizo (contrabaixo).
Lila
Em ‘Não Me Espanto’, no dia 20 de março, Lila Borges apresenta músicas autorais, algumas inéditas e outras já divulgadas na internet. A cantora e compositora tocará violão e cavaquinho, no show costurado por histórias bem humoradas, em um bate-papo informal e divertido, com o acompanhamento de Liane Schuler (voz, violão e cavaquinho) e Letícia Uzun (voz e percussão).
Danny
O encerramento será no dia 27 de março, com ‘Quintais do Mundo’, mais recente trabalho de Danny Calixto, que transita pelo samba, chamamé, chacarera, samba funk e ijexá. A artista apresenta canções solo e em parceria com autores da Região Sul do Brasil, acompanhada de Handyer Borba (teclado), Térence Veras (contrabaixo) e Giovanni Berti (percussão).
Valéria, a homenageada

Valéria participa do Chapéu Acústico pela segunda vez /Divulgação

Valéria nasceu Rodrigo Samuel Barcellos, em 1979, em Santo Ângelo, em homenagem ao capitão Rodrigo Cambará, da obra ‘O Tempo e o Vento’, de Erico Verissimo. Cantou pela primeira vez aos seis anos, na escola, onde conquistou seu primeiro título. Desde então, esteve envolvida com a música. Ainda no interior, foi convidada a integrar a Banda Balança Brasil, que percorria o estado tocando em bailes. Em 2000, radicou-se em Porto Alegre e foi, aos poucos, sedimentando a sua carreira. Dois anos depois, participou do programa de talentos ‘Astros’, do SBT, sendo semifinalista e ganhando notoriedade nacional.
Cantou o Hino Nacional para autoridades do alto escalão da Presidência da República e apresentou-se no teatro mais importante do RS, o Theatro São Pedro. Ainda em 2012, venceu a edição gaúcha do Festival da Canção Francesa e foi cantar em Paris. Regularmente é convidada para shows e eventos em Montevidéu, no Uruguai, onde tem público cativo. Estrela da Festa Galeria In, do Galeria Café, em Ipanema (Rio de Janeiro), onde se apresenta desde 2016, já convidou para participação nos seus shows nomes como Maria Gadú, Simone Mazzer, Filipe Catto, Laila Garin, Nanda Costa, Patrica Mellodi, Zéu Britto, Cláudio Lins, Lucio Mauro Filho e Silvero Pereira.
As apresentações acontecem a partir das 19h, no Salão Mourisco da BPE RS (Riachuelo, 1190, esquina com General Câmara). Contribuição espontânea.
Exposição ‘Diversas e Controversas’, de Graça Craidy
De 1º a 31 de março, no Salão Mourisco da BPE RS. Visitação de segundas a sextas-feiras, das 9h às 19h, e sábados, das 14h às 19h. Entrada franca.
 
 
 
 

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