O general segura o "tijolo quente"?

O desafio do general Goularte
Elmar Bones

Edson de Oliveira Goularte nasceu em Bagé, em 1942. Era um desconhecido no meio político até se tornar secretário de segurança pública do Rio Grande do Sul, depois que o delegado Francisco Mallmann pediu demissão, domingo passado.
O general é descrito como um homem gentil, de fala mansa, estatura pequena, em nada lembrando o estereótipo do general imponente, mandão. Quem convive com ele diz que é um estudioso das questões de segurança pública, atento ao que ocorre em todo o mundo, dá aulas sobre o assunto nos cursos da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, em Porto Alegre.
Seu currículo divulgado no site do governo sim é imponente. Tem mestrado em Aplicações Militares, doutorado em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares pela Escola de Comando do Estão Maior do Exército, pós doutorado em planejamento e aplicações militares pela escola de guerra do Exército.
Como coronel comandou do Batalhão da Guarda Presidencial, o corpo de cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras e sub-chefe de gabinete do Ministro do Exército. Como oficial general comandou a 14ª.Brigada de Infantaria Motorizada e foi diretor de Inativos e Pensionistas do Exército. Formado em matemática, com pós graduação em Matemática Superior e Ciência Política e tem extensão universitária em estudos de política e estratégia governamental.
O que o general vai enfrentar agora é diferente do mundo da caserna em que viveu até se reformar. Ele declarou ao ser nomeado que “precisava dessa missão”. Há informações de que pleiteava o cargo, com o respaldo da secretária de Cultura, Mônica Leal, ligada ao meio militar, que o teria indicado à governadora.
São detalhes. O que importa é que ele terá uma função eminentemente política, num ambiente conflagrado, onde convivem duas corporações que não se integram e até se hostilizam, ambas com efetivos reduzidos, precárias condições de trabalho e uma pressão cada vez maior da sociedade, apavorada com a criminalidade.
A tese de que Yeda deveria extinguir o cargo de secretário e despachar as questões de segurança diretamente com o comandante da Brigada e o chefe de Polícia ganhou força durante a agonia do secretário Mallmann. Arrefeceu, mas continua viva na cúpula das duas corporações.
A Adesg é uma ong apoiada por empresas como GBOEX, Ipiranga, Copesul, Gerdau, que promove cursos de planejamento estratégico semelhantes aos da Escola Superior de Guerra, no Rio. É formada, em maioria, por militares reformados.

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