O som da Bibi Jazz Band que torna Porto Alegre esquina do mundo

Fotos: Avani Stein/Especial/Jornal JÁ

Higino Barros
Porto Alegre de 2018 às vezes soa como a província mais do século 19 do Brasil e as vezes tem seus momentos de esquina do mundo. A percepção disso é muito sutil, seu momento de esquina do mundo, passa por acontecimentos mediáticos, como as edições do Fórum Social Mundial na cidade, jogos da Copa do Mundo em 2014, dois clubes de futebol campeões do mundo e outros momentos menos votados. Como a literatura de Erico Verissimo, que ao lado de Jorge Amado, foi mais quem pôs em prática o conselho de Leon Tolstoi, de “fale de sua aldeia que estará falando do mundo” e, queiram ou não queiram, a cena jazz da capital gaúcha.
Essa cena, construída ao longo do tempo, tem o jornalista Paulo Moreira, com seu extinto programa sobre jazz durante 18 anos, na rádio Cultura FM, o POA Jazz Festival, do músico e produtor cultural Carlos Badia, o site Amajazz, do jornalista Márcio Pinheiro e casas noturnas como o Café Fon Fon, o London Pub e o bar Odeon, sempre com atrações jazzísticas em suas noites. O número de músicos que se dedicam ao gênero ultrapassa uma centena.
Agora a esse movimento cosmopolita da capital gaúcha se junta um grupo de Caxias do Sul, a Bibi Jazz Band. Que fez show nesse sábado, dia 15 no Stúdio Clio, mostrando que é do interior a mais completa cantora desse gênero musical, no Estado, a uruguaia Bibi Blue.

Formação original
Na apresentação, especialmente preparada para o Studio Clio, houve o acréscimo na formação original (André Viegas, guitarra; Marcelo Fabro, piano; Rodrigo Arnold, contrabaixo e Mateus Mussato, bateria; de dois músicos de sopro, Beto Scopel no trompete e Bruno Gelmini, no saxofone. O repertório composto por standards da década de 1920, 1930 e 1940, recebeu arranjos especiais do pianista Marcelo Fabro, com o desafio de terem o som do trompete, já que nas canções originais não constavam esse instrumento.
A crooner Bibi Blue passeou por canções consagradas por Billie Holliday, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Sarah Vaughan, Charles Mingus, Frank Sinatra, Miles Davis , Duke Wellington, entre outros. As projeções em um telão com cenas de época e dos intérpretes das canções originais, acrescentaram charme e um clima extra ao show. As imagens foram garimpadas pelo guitarrista André Viegas.
 
Voz como instrumento
Em algumas das músicas, Bibi Blue usou a voz como instrumento, com seu timbre agudo e peculiar.  O acréscimo dos sopros na banda tornou seu som mais encorpado e com mais possibilidades de solos, completando de forma contida, os arranjos que primam pelo respeito à tradição e um quê de modernidade.
Para quem não nunca viu a Bibi Jazz Band, ou quer rever, há a oportunidade de conferir todo seu talento, no próximo sábado, dia 22, às 16h30, no barco Cisne Branco, em um programa de luxo, tendo como cenário a orla e a beleza do rio Guaíba. Será igualmente uma chance de desfrutar uma paisagem que poucas cidades possuem e que torna Porto Alegre, mais uma vez, esquina do mundo.

 
 

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