Como foi o movimento estudantil durante a ditadura após o golpe de 1964?
Esse é o tema de uma roda de conversa hoje, a partir das 19hs, no curso de Direito da Ufrgs, ocupado desde a semana passada. Como convidados, ex-alunos do curso que foram protagonistas da resistência estudantil na década de 1970.
Em toda a Ufrgs, as ocupações envolvem mais de 30 cursos. Nas escolas de Ensino Médio, agora que passou o Enem, devem aumentar conforme se aproxima a votação da PEC do Teto no Senado.
O movimento Ocupa Tudo Brasil ainda assusta pelo nome e pelo ineditismo. Autoridades da área continuam se referindo às ocupações como “invasões”, e o mesmo ocorre a cidadãos comuns.
Uma das peculiaridades dos Ocupa é que cada ocupação é autônoma, cada passo é decidido em assembleia, e são tomados cuidados para preservar o patrimônio das escolas, como manter fechadas salas que contenham equipamentos, como laboratórios.
Na Fabico (Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação), procurada por alguns veículos de imprensa no primeiro dia (31), a nenhum repórter foi permitido entrar. A explicação: “Ainda não debatemos isso em assembleia”. No dia seguinte, lá estava o convite, um pedido: “Venham nos visitar, hoje à noite tem sarau”.
As ocupações comunicam-se entre si com uma agilidade que desnorteia quem tenta acompanhar. A maioria cria páginas nas redes sociais
Passam de 1.300 as ocupações no país, entre escolas secundaristas e faculdades. Na Universidade de Brasília, a ocupação foi aprovada por 1.200 alunos, numa assembleia histórica, a despeito da contrariedade da direção do DCE.
“Foi uma dupla vitória”, publicaram na página Ocupa Tudo Brasil, no Facebook: “fortalece o movimento nacional e ganha uma batalha contra os capangas do Temer na universidade”.
Conforme avança no Senado a tramitação da PEC 55, a PEC do Teto (que na Câmara passou como PEC 241), mais se expande o movimento. Se no Paraná, onde as escolas ocupadas passaram de 800, 45 delas foram desocupadas depois de um mês, no Espírito Santo e em Minas Gerais as ocupações aumentam velozmente.
Nesta terça-feira (8), a PEC será discutida na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e votada na CCJ no dia seguinte. A expectativa de estudantes do Ensino Médio, professores e alunos universitários é que toda essa mobilização deságue no dia 11 de novembro como um dia nacional para multiplicar as ocupações.
“Ao invés de querer criminalizar e prejudicar a legítima mobilização estudantil, o governo deveria recuar na contrarreforma do ensino médio, a PEC do Fim do Mundo e a lei da Mordaça, só para começar”, divulga a página do Ocupa Tudo Brasil.
Ocupações na Ufrgs convidam população para conversar
Escrito por
em
Adquira nossas publicações
texto asjjsa akskalsa
Deixe um comentário