Nesralla, Fogaça e Ainhorn anunciaram a nova localização do Teatro da OSPA
(Foto: Cristiane Rochol/PMPA/JÁ)
Naira Hofmeister
Três anos após a primeira proposta, finalmente o local para construção da sede da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) se encaminha para a definição. Na manhã dessa sexta-feira, 4 de agosto, o prefeito José Fogaça, ao lado do diretor da Fundação Ospa, Ivo Nesaralla, anunciou que o terreno de 15 mil metros quadrados, situado atrás da Câmara de Vereadores – na bifurcação das avenidas Loureiro da Silva, conhecida como 1º Perimetral, e Edvaldo pereira Paiva, a popular Beira Rio – deve abrigar a construção.
Deve, porque a liberação do espaço depende da aprovação dos vereadores em um Projeto de Lei para a concessão de direito de uso do parque público, já que o espaço faz parte do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia). “A decisão da Câmara é soberana, serão eles que dirão o sim ou o não”, enfatizou o prefeito Fogaça. A obra vai integrar o projeto de Revitalização do Centro da Capital, proposta pelo prefeito desde o início de sua gestão.
As especificações técnicas do prédio principal serão mantidas: o modelo ‘shoe-box’, ou caixa de sapatos, que permite a perfeita audição e identificação de qualquer instrumento da orquestra com clareza, não vai ser alterada. “Os projetos no entorno irão se adequar às especificações da Prefeitura”, garantiu Nesralla. O prédio principal vai medir 22 metros e o estacionamento – uma das brigas com a comunidade do bairro Floresta, na época em que se cogitava a construção no Shopping Total – poderá ser dividido com a Câmara Municipal, segundo informou Nesralla: “Ele utilizam durante o dia e nós, majoritariamente, à noite”.
Fogaça afirmou que a escolha do local, que figurou entre outras nove possibilidades, levou em conta a questão técnica: “Aqui não há necessidade de modificarmos o índice de construção”. Apesar da afirmação, ainda não foram feitos o Estudo de Viabilidade Urbana (EVU), nem o Relatório de Impacto Ambiental (RIA), necessários nesse tipo de obra. “Mas a SMAM já fez um estudo informal que autoriza a Prefeitura indicar essa área para a obra”, ponderou Fogaça.
Além da viabilidade urbana e ambiental, foi considerada a acessibilidade do local, na hora da decisão: “A Ospa não pode ser uma instituição elitista, muitos freqüentadores utilizam ônibus e esse ponto tem um acesso facilitado”, disse Nesralla. Há também o fato de que a avenida Beira Rio fica liberada para trânsito de pedestres e de bicicletas, o que, segundo ele, “vai aproximar ainda mais a Ospa do povo”.
Sala Sinfônica será a sétima do mundo
A construção da Sala Sinfônica da Ospa será um marco cultural e arquitetônico da cidade. O novo projeto irá manter as mesmas características de excelência acústica de consagradas salas como Vienna Grosser Musikvereisaal, em Viena ou a Simphony Boston Hall e Seiji Osawa Hall, nos Estados Unidos. Com 1560 lugares, o novo teatro será dotado da mais moderna tecnologia adotada em obras semelhantes nos grandes teatros do mundo.
A obra será a sétima sala especificamente construída para apresentações de uma Orquestra Sinfônica em todo o mundo. “Há uma assim em São Paulo, mas que possui limitações técnicas de um prédio construído há mais de 150 anos”, comparou Nesralla. Também foi incluída no projeto original a construção de uma concha acústica, para concertos ao ar livre.
Com a concessão do terreno para a Sala Sinfônica da Ospa encerra-se uma novela que dura mais de três anos. Foi com orgulho que o presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa), Ivo Nesralla recebeu a aprovação do local: “Me desculpem a voz, mas estou realmente emocionado”, disse. Desde que assumiu o cargo na Fundação, Ivo Nesralla levantou a bandeira da nova sede e chegou a comprar briga com os moradores da rua Gonçalo de Carvalho, no bairro Floresta, que combateram o projeto original de erguer o prédio no Shopping Total.
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