Ana Barros
Um grupo de músicos de diversas vertentes, etnias e gêneros musicais participam do ato show que ocorre no Dia Internacional dos Direitos Humanos nesse domingo, 10 de dezembro, a partir das 10h, no Monumento ao Expedicionário da Redenção. Celebra-se, em especial, a retomada de área indígena em Maquiné, pelos Guarani Mbya.
Em 27 de janeiro de 2017, 27 famílias Guarani Mbya entraram pacificamente na área da extinta Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), em Maquiné, iniciando a primeira retomada de área ancestral no RS. A área de 367 hectares reivindicada pelos Mbya hoje abriga a Tekohá Ka’aguy Porã (aldeia mata sagrada), que já fez a primeira colheita do milho tradicional. “É território dos nossos antepassados guarani, somos um povo originário e queremos respeito às nossas tradições e cultura”, diz o cacique André Benites.

Mata nativa
O cacique conhece bem a região: cresceu por ali, em situação precária, assim como outras famílias, plantando em pequenos pedaços de terra cedidos por moradores. Mas conhecia muito bem aquela área com mata nativa, frutas silvestres, terra boa para o plantio de alimentos tradicionais e ervas medicinais, além de água boa de um rio, explica André. Ou seja, os recursos naturais que permitem o manejo das espécies tradicionais da cultura guarani estão preservados. A retomada é também uma reação ao descaso dos governos com os Mbyá, que Benites define assim: “Estamos esquecidos na beira de estradas, vivendo em acampamentos precários. Queremos viver a nossa cultura com dignidade, que o Governo reconheça isso”.
Apoios
Desde o início a retomada tem conquistado apoios de diversos setores da sociedade gaúcha: de pesquisadores, professores e estudantes de Universidades e Institutos Federais a profissionais liberais, parlamentares, instituições e Ongs.
E neste Dia Internacional dos Direitos Humanos de 2017, artistas dos mais diversos gêneros se somam a esse movimento de valorização dos povos originários e afirmação dos seus direitos fundamentais, como o de viver com dignidade em parte das suas terras ancestrais.
Participam Mbyá Guarani das aldeias Anhetenguá (Lomba do Pinheiro), Cantagalo e Pindó Mirim (Viamão) e Kaa’guy Porã, de Maquiné.
Ato show
O ato show abre com Canto Coral dos jovens Mbyá Guarani, de Maquiné, e segue com apresentações dos tambores do Alabê Ôni, música de raiz popular de Mimmo Ferreira e Carolinne Caramão, jazz e blues de Nicola Spolidoro, MPB de Marcelo Delacroix, Nelson Coelho de Castro Três, Marias e Lila Borges. Os grupos Toque de Comadre e Bloco no Mundo da Lua.
Horário:
Das: 10H às 15h;
Local: Monumento ao Expedicionário, Parque da Redenção.
Para celebrar os Direitos Humanos, show reúne músicos de diversos gêneros na Redenção
Escrito por
em
Adquira nossas publicações
texto asjjsa akskalsa

Deixe um comentário