Parcão: 35 anos

Alexandre Haubrich

O mineiro Antonio Martins Barbosa chegou a Porto Alegre no século XVIII e construiu o moinho que batizaria um bairro e o parque que, em novembro, completou 35 anos: o Parque Moinhos de Vento, mais conhecido como Parcão.

A área foi um hipódromo durante anos. Desapropriada pelo então prefeito Loureiro da Silva, foi transformada em área verde municipal em 1962. No dia 9 de novembro de 1972 foi criado o parque, com 115 mil m² de área.

Junto com o Parcão, foi inaugurada a avenida Goethe, que ainda o divide ao meio. São dois parques dentro de um: à direita, ampla área esportiva e à esquerda, o verde das árvores, o laguinho com vista para o Moinho e os brinquedos de madeira do parque infantil.

Fidelidade é marca dos visitantes

Durante a semana, são crianças em busca de brincadeiras e idosos que querem descansar mas também atrai namorados. No final de semana é invadido por adolescentes que formam rodinhas de chimarrão. São cerca de 300 mil visitantes por mês. E eles são fiéis.

O jornalista Alexandre Gruzynski, 46 anos, vai ao parque Moinhos de Vento três vezes por semana desde 1984, para “malhar, dar uma corrida e paquerar”, como explica. Para ele, é uma terapia: “Aqui consigo relaxar, esquecer os problemas e a correria do dia-a-dia”. Ainda assim, vê dois problemas: a iluminação – algumas lâmpadas estão queimadas – e a arborização inconstante. “No verão, falta sombra pra correr”, diz.

Atualmente o que leva Miriam Faoro ao Parque é a insistência do filho de oito anos. Hoje com 34 anos, ela já freqüentava o local em1986. Naqueles tempos, bate-papo, chimarrão e azaração. Agora, distrair o guri nos balanços é o objetivo.

Assim como o jornalista Alexandre, ela reclama da falta de árvores, mas por outro motivo: “Os pais não têm como sentar na sombra enquanto os filhos brincam. Saímos daqui tão suados quanto eles”, brinca.

Parceria com empresas

O Programa Adoção de Áreas Verdes possibilitou dividir a administração do parque entre  prefeitura e instituições privadas. Supermercado Zaffari e o Hospital Moinhos de Vento investem juntos R$ 120 mil por ano em manutenção de equipamentos e cuidados com o ambiente. A injeção de verbas privadas possibilita uma estrutura elogiada por freqüentadores e pela própria administração do parque.

A ação de empresas também abrange atividades diárias que aproveitam o contato com a natureza (veja quadro), o que intensificou o número freqüentadores.

A Prefeitura gasta a maior parte da verba com a folha salarial. Mas nem a Secretaria do Meio Ambiente nem a administração sabem informar qual o valor exato dos recursos públicos para o parque.

Academia a céu aberto

O Parcão possui um perfil excelente para a prática de esportes. O circuito no entorno da área verde atrai corredores, ciclistas e caminhantes, especialmente no fim de tarde.

Gisalma Puggina, administradora do Parque Moinhos de Vento há 12 anos, explica que a recente instalação de 18 novas luminárias, é o início do objetivo de transformar o local em uma “academia a céu aberto”.

*Esta reportagem é um dos destaques da edição 377 do JÁ Bom Fim/Moinhos, que já está circulando nos pontos de comércio da região central de Porto Alegre.

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