Qual a maior preocupação dos comerciantes de uma favela? Segurança? Não, ao menos na favela da Maré, uma das maiores do Rio. Lá, uma pesquisa com quase dois mil empreendedores revelou que a principal demanda deles é agências bancárias. A segurança vem bem depois, com menos de 10% das indicações.
São 16 favelas, com 130 mil habitantes, que formam o chamado “Complexo da Maré”, em Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro.
O “censo econômico” da região feito pela Redes da Maré em parceria com o Observatório das Favelas e foi divulgado esta semana.
O resultado mostra demandas muito diferentes daquelas que aparecem na imprensa.
A pesquisa analisou os dados colhidos em 2.953 estabelecimentos locais.
Dois terços dos empreendimentos são voltados para o comércio, 33% para serviços. Apenas 1% entra na classificação industrial.
Bares e salões de beleza são as principais atividades comerciais, que empregam nove mil pessoas dentro da própria comunidade.
Entre os quase dois mil estabelecimentos comerciais, 660 (22,4%) são bares, 307 (10,4%) são salões de beleza, 216 (7,3%) estão voltadas para o comércio de roupas, 138 (4,7%) são mercados e 131 (4,4%) são lanchonetes.
A pesquisa também mostra que 87,6% desses empreendimentos têm um único dono, sendo 60% gerenciados por homens e 75,6% são informais.
A maioria dos pedidos dos comerciantes é que existam bancos (23,2%) na comunidade. Eles também desejam mais segurança (8,7%), saneamento (4,6%), cursos de qualificação (3,4%) e urbanização (3%).
A diretora da Rede de Desenvolvimento da Maré Eliana Souza Silva diz que a pesquisa traz um conjunto significativo dos desejos e necessidades da comunidade. Também ajuda a entender o perfil dos empreendedores da região de maneira profunda.
“A pesquisa ajuda a entender que existe um desejo desses empreendedores de ser organizar, buscando se qualificar e melhorar seu negócio do ponto de vista da gestão”, disse a diretora.
Pesquisa: favela quer é prosperar
Escrito por
em
Adquira nossas publicações
texto asjjsa akskalsa

Deixe um comentário