Enquanto os metalúrgicos de Charqueadas (RS) tentam salvar seus salários e seus empregos, os estaleiros nacionais armados para atender encomendas de navios e plataformas da Petrobras para explorar o Pré-Sal ameaçam demissões em massa — sexta-feira, dia 12, foi anunciada a demissão de 1 mil trabalhadores do Estaleiro Enseada, da Bahia.
No olho do furacão está a Sete Brasil, uma aliança de empreiteiras e bancos públicos e privados feita para “nacionalizar” a fabricação de embarcações necessárias à exploração do petróleo descoberto em 2006 em camadas profundas da plataforma continental — o Pré-Sal já está produzindo 500 mil barris/dia, cerca de 20% da produção nacional.
É o óleo mais caro do mundo num momento em que o preço do barril caiu de US$ 100 para US$ 70.
O problema é que a entrega de encomendas atrasou por falta de experiência dos fabricantes, alguns abalados pela prisão de executivos alcançados pela Operação Lava Jato, da Política Federal, que descobriu uma mina de propinas no contratos da Petrobras com seus fornecedores.
Com o descumprimento da maioria dos contratos, a Petrobras não está pagando e a corda arrebenta na base trabalhadora.
As pressões para salvar os contratos (e, em segundo plano, os empregos de milhares de pessoas) recaem agora sobre o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Segundo a Folha de S. Paulo, a Sete Brasil reclama do BNDES a aprovação de um empréstimo de R$ 13,3 bilhões. Faltam garantias.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, consultou a presidenta Dilma, que passou o fim de semana do aniversário (14/12) junto às águas serenas do lago Guaiba.
A Sete Brasil foi criada para construir e alugar 28 sondas de perfuração para a Petrobras, um pacote de R$ 66,4 bilhões tão atraente que entraram como sócios a Petrobras, quatro fundos de pensões e os bancos Bradesco, BTG Pactual e Santander.
São todos peixes grandes acostumados a nadar em águas profundas, mas ninguém contava com a Operação Lava Jato, com a incompetência da Sete Brasil nem com o barateamento do petróleo.(GH)
Petrobras: crise ameaça construção de plataformas para o pré-sal
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