O grande personagem do noticíario desta quarta-feira, 17 de setembro, é o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa que vai depor à tarde no Congresso sobre supostos esquemas de corrupção na estatal.
Paulo Roberto Costa fez um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e isso o torna um personagem lamentável. O que se pode esperar de um delator? Ele pode fornecer informações importantes à PF, mas pode também mentir muito para se safar.
Por enquanto, sem querer ser cínico, o que me intriga em tudo o que esse delator falou é o valor da comissâo: 3%. Isso é a comissão que se cobrava no tempo do Barão de Mauá, quando os homens de bem confiavam no fio do bigode.
Trabalhei muitos anos no “jornalismo econômico”, circulei no mundo dos empresários e das autoridades econômicas. Nunca ouvi falar que as comissões estivessem abaixo de 5%. O usual era entre 10 e 15%. Houve até um ministro do tempo da ditadura que era conhecido como o “Quinzinho”.
Dizia-se, inclusive, que o Fernando Collor caiu porque o PC Farias estradulou: queria passar a comissão de 10% para 20% .
Quero dizer: nunca vi negócio que não tivesse comissão de intermediação e, me perdoem os moralistas, 3% é das taxas mais baixas que já vi. Provavelmente o delator está mentindo.

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