ELMAR BONES
As revistas semanais nas bancas nesta segunda-feira estavam didáticas: a Veja dizendo que Lula já pensa em fugir, a IstoÉ apresentando “os 7 crimes de Dilma”, a Época mostrando a presidente como uma caigangue decrépita pintada para uma guerra perdida.
Para completar, a Exame apresentando aos empresários A Saída Temer. A única dissonância era pequenina e brava Carta Capital.
Isso depois de uma semana com a Globo e suas repetidores trombeteando que impeachment é recurso previsto na Constituição, portanto não é golpe. Ministros e juristas falando em tese, mas as manchetes maliciosas dando a entender que se referiam ao caso Dilma.
Mesmo assim, nesta segunda-feira parecia faltar consistência ao processo de impeachment. Pelo menos é isso que se pode deduzir da atitude do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamacchia.
Ele foi pessoalmente ao Congresso levar um novo pedido de impeachment, com outras alegações, entre elas uma delação ainda não conferida, como se o que tramita na Casa, ancorado nas “pedaladas fiscais” fosse insuficiente,
Foi patética a atuação de Lamachia que teve que se esquivar das vaias para tentar entregar sua nobre demanda às sacrossantes mãos de Eduardo Cunha.
No entanto, parece que tudo funcionou. Nesta terça feira o PMDB, em grande estilo, desembarca do governo Dilma, para abrir o caminho para o vice Michel Temer, que subirá a rampa do Planalto escudado por Eliseu Padilha, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.
Não há dúvida, é um golpe que só se sustenta pelo incondicional apoio da mídia, que quer tirar Dilma a qualquer preço.
Acreditar que uma saída dessas pode levar à estabilidade política e à retomada econômica é ingenuidade ou má fé.
PMDB embarca no golpe de Temer
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