Cerca de 30 mil pessoas participaram do já tradicional Baile da Redenção (Naira Hofmeister/JÁ)
Naira Hofmeister
Finalmente Porto Alegre sente os primeiros ares outonais. Numa noite onde a temperatura média não ultrapassou os 20°C, cerca de 30 mil pessoas se aqueceram comemorando os 234 anos da capital do estado.
A festa começou no final da tarde, com a chegada dos primeiros ambulantes. Às oito da noite, as 14 barraquinhas da Praça de Alimentação já estavam prontas para receber os convidados dessa festa. O tradicional Baile de Porto Alegre estava pronto para começar.
Tradicional, mas não convencional: para entrar na festa, não é necessário convite e o salão é um enorme jardim, símbolo da capital. O Parque Farroupilha estava enfeitado na noite de sábado, 25. Brilhavam o Monumento do Expedicionário, o Chafariz e o espelho D’Água, que receberam iluminação especial.
Vista do Espelho D’Água, com o palco ao fundo (Naira Hofmeister/JÁ)
Brilhavam também os badulaques high-tech vendidos pelos ambulantes do local. Pulseirinhas e colares de neon, que começaram a ser comercializados na edição de 2005, se transformaram numa febre entre adolescentes e crianças em 2006.
Brinquedinhos de neon foram atração para crianças e adolescentes (Naira Hofmeister/JÁ)
Passava um pouco das nove da noite quando o Conjunto Impacto subiu ao palco, montado em frente do Chafariz Central. No repertório, os hits que, literalmente fazem a galera levantar poeira. Axé Music, Raggae e Pop Rock foram os estilos que embalaram a primeira parte da noite, mas não faltaram também os clássicos dos anos 70 e 80 da música internacional, como Creedence e The Eagles. Na Tenda da Juventude, os DJs das rádios da cidade se revezavam na discotecagem, tocando desde o funk carioca até famosos clássicos dos anos 80 do Rock Nacional. Destaque para o Legião Urbana, e seu fã club, que sempre se faz presente.
Na Tenda da Juventude, discotecagem de famosos animou a galera (Naira Hofmeister/JÁ)
Todos os tipos de som, todos os tipos de público. Tinha porto-alegrense de tudo que era jeito: cabeludo, careca, hippie e punk, velho e moço. Tinha até porto-alegrense meio baiano, como o Tétão, vendedor de amendoins. Apesar do chapéu de cangaceiro, Tétão garante que nasceu aqui mesmo: “É só marketing, moça”, se desculpa.
Vendedor de amendoins apostou no marketing nordestino (Naira Hofmeister/JÁ)
Aproxima-se a meia noite e a festa só aumenta, embalada por quantidades industriais de cerveja, Comemoram os festeiros e também os catadores de latinha, que não precisavam nem de dez minutos para fechar os sacos, completamente cheios. O Parabéns à Você foi entoado com vontade, e Porto Alegre ganhou uma extensa salva de palmas.
O ápice da festa foi a queima de fogos, que esse ano, teve quatro minutos a menos, em função dos habitantes que querem comemorar em silêncio. A organização explicou que os animais do Mini-Zôo da Redenção ficavam muito agitados com o show pirotécnico. Isso sem falar nas reclamações dos prédios vizinhos, que, com a festa no quintal de casa, não conseguiam dormir. Ao som de uma peça do compositor Radamés Gantalli, oito minutos para olhar o céu. Se estava sem estrelas quando a festa começou, brilhou muito e arrancou suspiros da platéia durante a queima do fogos.
Queima de fogos iluminou a noite na Redenção (Foto Ivo Gonçalves/PAMPA/JÁ)
Daí em diante, assumiu o controle da festa a Super Banda Caravelle, que tirou todo mundo do chão. Nobres e populares se misturavam no ritmo do caldeirão musical da banda. De Lambada ao Rock’n Roll, de Radamés Gnatalli à Teixeirinha, o povo esqueceu o relógio. Quando alguém percebeu, as quatro badaladas indicavam que era hora de ir para casa. Ainda bem que ano que vem tem mais…
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