Postos realizam exames para prevenção de câncer de pele

Naira Hofmeister
O discurso já está batido. Usar protetor para se expor ao sol e escolher o horário adequado para se bronzear, são alguns cuidados que costumamos ouvir quando se aproxima o verão. Apesar dos alertas, os números do câncer de pele têm preocupado dermatologistas, menos pelo seu crescimento abundante – no Brasil, somente esse ano, estão previstos 119 mil novos casos da doença –, mas sim pela sua incidência em faixas etárias cada vez mais baixas, aproximando o perigo da adolescência.
Apesar de não haver uma estatística absoluta, a médica dermatologista Berenice Kapra Valentini tem se surpreendido com a freqüência de jovens em seu consultório: “Há 20 anos, atendíamos pacientes com setenta anos de idade. Atualmente, há pacientes desenvolvendo a doença aos 30 e até mesmo aos 20 anos”, constata.
Uma das prováveis causas desse aumento entre os jovens está ligada à recente destruição da camada de ozônio, que gradativamente tem aumentado a radiação solar. Porém, os especialistas esclarecem que de todo o sol que recebemos durante a vida, 80% ocorre até completarmos 20 anos. Como os malefícios causados pelo excesso de exposição são cumulativos, é exatamente nessa faixa etária que devemos nos precaver com maior atenção. Mas eles lembram: pelo mesmo motivo, a velhice também é um período crítico.
No entanto, o que mais chama a atenção é o fato das campanhas de prevenção seguirem uma lógica sazonal. É durante o verão que a maioria da população adere às técnicas de proteção, fazendo-se parecer conscientes. Porém, os dermatologistas alertam que a proteção começa a ser necessária também em outras estações do ano, inclusive na cidade. “Se não tiver um câncer de pele, com certeza, envelhecimento precoce a pessoa vai ter”, explica Miriam Parglender, coordenadora estadual da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele, que será desenvolvida em todo o Brasil, neste sábado, dia 10.
No Rio Grande do Sul, 16 postos de atendimento, em 11 cidades, irão realizar exames completos de pele gratuitamente, a fim de diagnosticar a doença e realizar um estudo um pouco mais aprofundado sobre sua incidência na população tupiniquim. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que vai colocar a disposição aproximadamente 1.500 especialistas para o super-plantão.
Das nove da manhã às três da tarde vai ser possível realizar os exames clínicos que apontam a doença. Em caso de suspeita, o paciente será automaticamente encaminhado à um especialista da rede pública de saúde para realizar a biopsia, e, em caso de tumor, tem garantida pelo estado a cirurgia de retirada. “Em cerca de trinta dias o paciente estará recebendo o tratamento adequado”, acredita a doutora Miriam.
O câncer de pele tem cura, garantem os dermatologistas. Ao contrário da maioria dos outros tipos de câncer, o carcinoma – mais comum dos cânceres de pele – não necessita de quimioterapia. Geralmente a intervenção cirúrgica é suficiente, pois apenas o mais perigoso dos cânceres de pele – o melanôma – tem alto índice de metástase.
Dez postos atenderão a capital do estado e mais seis estarão espalhados pelo interior do estado. Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cruz Alta, Guaíba Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz, Santa Maria, Vacaria e Tapejara estão no mapa da prevenção. Para consultar os locais, inclusive em Porto Alegre, onde o atendimento será disponibilizado, a população deve ligar gratuitamente para o 0800 701 3182 e informar o CEP. O sistema indicará qual o serviço mais próximo de casa.
Os médicos alertam para feridas que não cicatrizam, manchas ou sinais, mesmo os de nascença, que mudam de tamanho, de cor e com bordas irregulares. Na exposição ao sol, os cuidados, além do protetor – sempre com fator superior ao 15 – a pessoa deve ficar atenta para os primeiros sinais de vermelhidão da pele, o que já denota agressão celular.
Até mesmo o popular ‘solzinho saudável’, aquele do início da manhã ou do final da trade, está sob suspeita: “Alem de ter radiação ultravioleta A, que causa envelhecimento manchas na pele, modernamente, estudos demonstram que também está associado ao câncer”, conclui Miriam.

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