Naira Hofmeister
A turma de um milhão de veranistas que chegou ao litoral norte para as festas de final de ano encontrou praias com água limpa. O relatório semanal divulgado pela Fepam na manhã da sexta-feira (21), em Capão da Canoa, libera todos os 10 balneários gaúchos para o banho.
Torres, Arroio do Sal, Capão da Canoa, Xangr-la, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Imbé, Tramandaí, Cidreira e Pinhal atingiram níveis baixos de coliformes fecais e da bactéria Escherichia Coli, que indicam a contaminação das águas. Apenas a Foz do Rio Mamptuba, em Torres, não atingiu as exigências para liberação. A contagem é feita durante os finais de semana, período de maior movimento nas praias.
A Lagoa dos Quadros, destino de um esgoto cloacal de uma pequena vila em suas margens está liberada, mas atingiu uma contagem superior a 400 Escherichia Coli: o limite é de 800 por 100ml de água.
O nível aceito no caso dos coliformes é de 1000 para o mesmo volume de água. Mas o gerente da regional da Fepam no Litoral Norte (Gerlit), Mattos’Allem Roxo, revela que nenhuma praia do Litoral Norte teve contagem superior a 100. “A maioria ficou entre 50 e 100 e tivemos alguns locais onde encontramos apenas 2 coliformes, o que indica água potável, inclusive”.
Torres inspira cuidados
Apesar do último levantamento ter reprovado o banho apenas na Foz do Rio Mapituba, outras praias de Torres merecem atenção especial do veranista. Os molhes, por exemplo, foram considerados impróprios para banho até o último verão. A primeira amostragem foi feita em 2002 e tampouco recomendou o mergulho na praia.
Já a Praia Grande esteve liberada todo esse tempo, porém, a medição indicou contaminação durante a metade das verificações em 2002 e também no verão passado. Arroio do Sal, Capão da Canoa e Imbé – na foz do Rio Tramandaí – também não atingiram 100% de aprovação na última temporada.
Tratamento de esgoto é obrigatório
Tanto os coliformes fecais quanto a Escherichia Coli são encontrados no esgoto: mas com a migração da população urbana para o litoral o serviço é um dos mais exigidos. Para evitar maiores danos a Fepam deixou de licenciar, desde o ano passado, projetos de empreendimentos que não possuam estação de tratamento pública ou privada.
A Corsan está investindo na ampliação da rede pluvial. Através de empréstimos da Caixa Federal e do auxílio do Ministério das Cidades, vai investir quase 50 milhões na ampliação dos sistema de esgoto e na sua distribuição em Torres, Osório, Tramandaí e Capão da Canoa.
O que o serviço público não cobre, a iniciativa privada assume. Em Xangri-lá empreendedores se uniram para construir uma estação privada de tratamento para 125 mil habitantes dos condomínios horizontais da praia.

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