Matheus Chaparini
‘Tele entrega’ abriu a sessão, contando o drama de um pai, vivido pelo ator Nando Cunha, na emergência de um hospital, acompanhando um filho que aguarda por um transplante.
O diretor do filme, Roberto Burd, contou que durante a pesquisa para o filme, acompanhou a história de uma uma mulher, de cerca de 30 anos, que aguardava na fila dos transplantes, porém, mesmo que viesse o coração esperado, ela poderia não resistir à cirurgia.
Estudantes de cursos de audiovisual, emplacaram dois trabalhos. O filme 10 segundos, dirigido por Thiago Massimino, é um trabalho de conclusão do curso de audiovisual da Ulbra, feito com “baixíssimo custo”, segundo o diretor.
Um homem acorrentado pelos pés em um quarto escuro fica refém de seus pensamentos e paranóias, em busca de libertação.
“Cá com meus botões” foi produzido por estudantes do terceiro ano do curso de audiovisual da Unisinos.O documentário retrata a vida de Arno, viciado em futebol de botão, e de sua esposa, Ivone, que convive com o hábito do marido.
“Sena, os fios em prosa” é uma história de família. Feito pelos cineastas Marcelo da Rosa Costa e Cacá Sena, o filme é uma homenagem ao pai, o artista Antonio Carlos Sena, criador do Teatro Infantil de Marionete, que existe desde 1954.
Sena iniciou no cinema ao doze anos. Criado no bairro Azenha, era vizinho de uma sala de cinema, onde começou trabalhando como voluntário e logo tornou-se uma espécie de gerente, tendo nas mãos a chave do cinema.
Numa noite, em que a sessão foi até muito tarde, seu pai foi a cinema, indignado, porque aquilo não era hora de piá estar fora de casa. Levou o dono do cinema ao desespero. Sena era o único que sabia operar o projetor.
“Luna 13” é um falso documentário ambientado nos anos 90. Após a morte do avô, o jovem Igor, decide resgatar sua história através de um documentário e entender a obsessão do avô, tido por muitos como louco, por acontecimentos inusitados relacionados.
O diretor Filipe Barros defendeu a importância de os curtas não ficarem restritos aos festivais e serem disponibilizados na internet para atingir o grande público.
Crise política pauta os discursos
O momento da apresentação dos filmes é sempre marcado por discursos com teor político, sobretudo no atual cenário da política nacional.
O diretor de Sob Águas Claras e Inocentes, Emiliano Cunha, disse que o filme fala “da sensação de ser e estar no Brasil nestes dois hediondos anos.”
Giordano Gio, diretor de 1947, traçou um paralelo entre o ano abordado no filme com o momento atual.
Setenta anos depois, observou o diretor, “vemos o crescimento de grupos fascistóides e temos um candidato à presidência neonazista.” O diretor encerrou o discurso pedindo “diretas já e abaixo o neonazismo.”
O diretor do filme “Secundas”, Cacá Nazário, subiu ao palco acompanhado por alguns dos estudantes que protagonizaram o documentário e o movimento de ocupações escolares desencadeado em 2016.
Segunda dia tem mais oito curtas
Neste domingo, a mostra continua, com a exibição de oito curtas metragens. A entrega do Prêmio Assembleia Legislativa será no palácio dos Festivais, a partir das 21h. Ao todo são R$ 48 mil em premiação para a mostra de curtas.
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