A Favos do Sul, parceria da Celulose Riograndense com a Zapata
Consultores, reuniu nesta quinta (6) em Butiá, a 80 km de Porto Alegre,
meia centena de apicultores a quem foram apresentadas as mudanças no
fomento apícola nos eucaliptais da região carbonífera, onde se localiza
hoje a maior concentração de cultivos da árvore-base da produção de
celulose em Guaíba.
Segundo a mudança, em vigor a partir de 2019, a Celulose cederá os 290 mil hectares de eucaliptos disponíveis no território gaúcho para que a Zapata contrate a instalação de tantos apiários quantos couberem à razão de uma colmeia a cada dois hectares,
índice extremamente conservador, já que se considera razoável a
colocação de duas a cinco caixas por hectare.
Não há prazo para atingir o potencial de 145 mil colmeias, com o que os
eucaliptais industriais passariam a responder por 30% da atual produção
de mel do Estado.
É possível chegar lá, afirma Gustavo Zapata, líder da
empresa que assumiu a gestão da apicultura em nome da Celulose. Agrônomo
uruguaio, Zapata é consultor apícola da Celulose Riograndense e da
Fibria, com sede em São Paulo; são seus sócios o contador Marcelo Porto,
responsável pela parte administrativa; e o técnico agrícola Atilio
Lopes, gestor das áreas de manejo apícola, que já trabalhava com
silvicultura antes de se aposentar, um ano atrás, na Celulose Riograndense.
Animado com a mudança, o trio de gestores está cobrando dos apicultores
“foco na oportunidade” e “responsabilidade na parceria”. Foram esses os
pontos dominantes da reunião de Butiá. “O cavalo encilhado está
passando”, disse Lopes, enquanto respondia a dúvidas dos apicultores
sobre as regras das parcerias — da Celulose com a Zapata Consultores e
desta com cada um dos donos dos apiários, que terão sua localização
determinada por GPS.
Atualmente, há 9 mil colmeias nos hortos da Celulose, ocupação que
corresponde a 7% do potencial produtivo dos eucaliptais da empresa. A
meta para 2919 é chegar a 15 mil colmeias e, para 2020, a 25 mil
caixas. Também se espera o aumento do rendimento anual situado na faixa
de 17 quilos de mel por colmeia.
As regras são elementares: as abelhas não devem ser colocadas junto às estradas de serviços e precisam ser removidas com antecedência dos talhões a serem colhidos e das áreas de plantio.
A segurança será intensificada para evitar furtos de mel e
danos às caixas. Em 2018, foram registrados danos em 97 colmeias (1% do
total); e foram capturados 759 enxames, “uma dádiva”, segundo as
palavras de Atilio Lopes.
Uma vez por ano, em maio, os apicultores contratados pagarão 8% da
produção de mel a título de arrendamento. O pagamento poderá ser feito
em mel — valendo como referência a cotação do produto no mercado de
exportação, atualmente, entre seis e sete dólares por quilo — ou em
dinheiro a ser depositado em conta corrente aberta pela Zapata
Consultores no Sicredi, banco que elegeu a apicultura como um segmento
promissor da economia gaúcha.
Como contrapartida à cessão das áreas pela indústria, a Zapata deverá
entregar 6 toneladas/ano de mel à Celulose, que tem há anos o
compromisso de doar tal volume a escolas de educação especial situadas
em 23 municípios onde ela cultiva eucaliptos.
O que sobrar dos 8% do valor do “arrendamento” será a remuneração da
Zapata Consultores.
(Fotos de Tania Meinerz)
Projeto fomenta a produção de mel nas plantações de eucalipto
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