Uma reunião da Comissão Executiva do PT do Rio Grande do Sul terminou, na noite de segunda-feira (16), com a publicação de um pequeno manifesto contendo orientações para a atuação da militância na defesa do governo da presidenta Dilma Rousseff.
O diagnóstico das lideranças gaúchas é que os atos do dia 15 de março promoveram ataques “rebaixados” à figura de Dilma e foram uma “demonstração de fúria contra o PT”, o que revelaria “o ascenso do ódio e do preconceito de classe”.
“Em face do teor golpista dessas manifestações, destacamos a importância da unidade das forças populares diante da explícita luta de classe em curso, que opõe os interesses dos mais ricos aos avanços obtidos pelos trabalhadores nos governos Lula e Dilma”, proclama o manifesto, publicado na página do diretório estadual do partido.
texto converge com lideranças
Embora pregue a defesa do mandato de Dilma, o manifesto reforça a cobrança de uma mudança de rumos na gestão federal, ratificando demandas que já haviam sido encaminhadas ao diretório nacional do partido.
Entre as sugestões, estão a revogação das medidas do ajuste fiscal capitaneado pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy, a redução da taxa de juros básicos e a taxação de grandes fortunas. A Executiva estadual cobra ainda a recomposição do imposto sobre os lucros “que no governo FHC, foi reduzido de 25% para 15%”.
São temas que foram levantados pelo ex-governador Tarso Genro e pelo ex-deputado e ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont no seminário de 35 anos da sigla que ocorreu no último sábado (14).
Na ocasião, Tarso havia defendido ainda a taxação de altos salários para reduzir a distância entre os extremos: no Brasil, os que ganham mais tem renda 80 vezes superior à parte debaixo da tabela, enquanto que, em países desenvolvidos, essa relação fica entre 25 ou 30 por um.
Outro ponto de convergência entre as manifestações das lideranças que ocorreram no sábado e a reunião dos dirigentes gaúchos na segunda à noite é a tentativa de ampliar o debate para além dos limites da militância tradicional do partido.
No sábado, o presidente nacional, Rui Falcão, sugeriu que o 5º Congresso Nacional, que ocorre em junho, em São Paulo, fosse um evento “para fora” e sob aplausos, pediu que se retomasse a leitura do manifesto de fundação do PT: “Lá está escrito por que devemos participar de eleições. Não é para conquistar mandatos, mas para fazer andar um projeto de reforma da sociedade brasileira. Precisamos fazer a releitura do socialismo petista. Chega de usar os gabinetes para construir mecanismos de poder”.
A nota redigida na noite de segunda-feira na reunião estadual vai no mesmo sentido. Diz que é preciso transformar os encontros partidários em eventos abertos e que os debates se debrucem sobre a pauta atual, ou seja, “contra o golpe e a intolerância que produz ódio e cisão na sociedade brasileira”.
Ao fim do texto, dois eventos aparecem listados para que os militantes acompanhem e compareçam às agendas. Uma reunião cuja a pauta é a comunicação – que ocorre na quarta, às 18h30, na sede municipal – e um seminário com lideranças regionas no dia 21, às 9h, no Sindicato dos Bancários.
combate a cisões é um imperativo
Outro ponto destacado na nota da Comissão Executiva do PT-RS foi a tentativa de combater cisões – tanto as internas, no partido, quanto divergências com a base formada por sindicatos e organizações apoiadoras.
A lição de casa seria “empenhar esforços para que a composição das direções regionais represente um grande acordo de unidade partidária”. Também está no manifesto a orientação para que os prefeitos da legenda construam “formas de comunicação unificadas em defesa do PT, do governo e das administrações locais”.
No que tange à sustentação externa do partido, a Executiva alerta para a necessidade de manter um diálogo constante com centrais sindicais e movimentos populares “sobre o conteúdo das Medidas Provisórias encaminhadas ao Congresso Nacional que tratam de temas relacionados ao mundo do trabalho”.
A nota também conclama a direção nacional e a militância a se aproximarem de entidades como a CNBB e a OAB para “fortalecer a unidade sobre a reforma política”. A democratização da mídia, “nos termos da Constituição Federal”, também se apresenta como uma medida urgente.
nota pede suspensão de vaccari
A nota aborda ainda o tema que, na opinião de grande parte da militância, se tornou central neste momento de crise. A suspensão dos quadros políticos investigados pela Lava Jato – principalmente o do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
O manifesto gaúcho cobra “que seja aplicada a medida cautelar prevista no Art. 246 do Estatuto do Partido, com a suspensão dos direitos partidários a todos os filiados referidos na Operação Lava Jato, até que todos os fatos sejam esclarecidos, sem prejuízo do amplo direito de defesa e do contraditório”.
*Com informações do PT-RS
PT gaúcho prega unidade popular ante luta de classes
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