Queda nos investimentos e na indústria estão puxando o PIB para baixo

Os dados do PIB divulgados na sexta-feira,31, pelo IBGE confirmaram aquilo que já vinha se prenunciando: o segundo trimestre de 2018 contribuiu com praticamente nada para a trajetória de recuperação da economia.
O PIB variou só +0,2% frente ao primeiro trimestre do ano, já descontados os efeitos sazonais, com muitos de seus componentes tendo resvalado novamente para o terreno negativo.
É fato que o segundo trimestre sofreu adversidades excepcionais com a paralisação do transporte de carga rodoviário, que interrompeu por mais de dez dias o fluxo normal de mercadorias e insumos e, consequentemente, a própria produção.
Entretanto, não é de agora que o desempenho da economia tem se mostrado insatisfatório. Na série com ajuste sazonal, o PIB ficou virtualmente estagnado nos últimos três trimestres (0%; +0,1% e +0,2%).
Já em relação ao mesmo período do ano anterior, o dinamismo foi cortado pela metade ao passar de +2,1% no 4º trim/17, para +1,2% no 1º trim/18 e então para +1% no 2º trim/18.
Esta evolução está associada à perda de força de dois dos mais importantes motores de propulsão do crescimento econômico, o investimento, do lado da demanda e a indústria, do lado da oferta.
Os investimentos, isto é, a formação bruta de capital fixo, caíram 1,8% no 2º trim/18, na esteira da deterioração das expectativas.
Porém, este foi apenas o episódio mais grave de uma sequência de resultados nada favoráveis, como mostram abaixo as variações com ajuste sazonal.
Na comparação interanual, apesar de ainda haver bases de comparação muito baixas, tampouco o investimento vem conseguindo adicionar vigor a sua reativação, crescendo em torno de 3,7% desde final de 2017.
Com isso, a taxa de investimento permaneceu em 16% do PIB, bem abaixo dos níveis pré-crise (mais de 20% entre 2010 e 2014).
No segundo trimestre de 2018, já descontados os efeitos sazonais, o PIB da indústria total registrou retração de 0,6% depois de ter ficado praticamente estável nos primeiros três meses do ano (variou só +0,1%).
No caso da indústria de transformação, o quadro é ainda pior: queda tanto no primeiro (-0,4%) como no segundo trimestre (-0,8%) de 2018.
A sequência de resultados na comparação interanual também mostra que o setor vem esmorecendo: +2,7%; +1,6% e +1,2% para o PIB da indústria total do 4º trim/17 até o 2º trim/18 e +6%; +4% e apenas +1,8% para o PIB manufatureiro.
Diante desses resultados, não há dúvidas de que o motor industrial da economia vem reduzindo a marcha. Como consequência, o PIB não deslancha, ainda que alguns ramos do setor de serviços, como telecomunicações, atividades imobiliárias e atividades financeiras e de seguros tenham conseguido reforçar seus resultados no 2º trim/18.
(Do Boletim do IEDI)

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