Higino Barros
Estima-se que em todo o País existam mais de três mil comunidades quilombolas. No Rio Grande do Sul, são 169 comunidades. Pois um recorte fotográfico e historiográfico de quem elas são, seus habitantes e quais suas lutas, poderá ser visto a partir de hoje (25), com a exposição “Quilombos rurais e o gaúcho negro”. De autoria do jornalista Eduardo Tavares e do historiador Gabriel Dienstmann, a mostra está na Sala Arquipélago do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo até o dia 26 de novembro.
“As comunidades quilombolas são grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana –, que se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias”. Essa é a definição de quilombolas, segundo o INCRA, encarregado por força do Decreto nº 4.887, de 2003, como a autarquia competente, na esfera federal, pela titulação dos territórios quilombolas.
Quase tabu
Segundo seus autores, a mostra com 120 fotos, em preto e branco, pretende dar visibilidade a um tema quase tabu, principalmente na área rural – a existência das comunidades quilombolas. Como o assunto está intimamente ligado à posse da terra há uma áurea de preconceito, de pressão política e econômica, além de outros interesses, em torno de seus habitantes e das áreas que eles ocupam.
Foram visitadas 16 comunidades, em quatro regiões do Estado. Eduardo e Gabriel percorreram cerca de cinco mil quilômetros coletando fotos, entrevistas e vídeos sobre o tema, material que estará disponível em portal na internet.
Painel com lideranças
“Enquanto as comunidades quilombolas urbanas parecem ter mais visibilidade, ou pelo menos, suas manifestações políticas e culturais afloram com mais frequência na sociedade, as rurais são mais desconhecidas. Seus habitantes, na maioria, moram longe um do outro, suas práticas religiosas são mais espaçadas e outros componentes de identidade cultural estão mais dispersos. Mesmo assim há uma união, uma certeza de propósitos e lutas que acabam por torná-los mais fortes e iguais”, comenta Eduardo Tavares.
Amanhã, às 16 horas, haverá também um painel de abertura com as lideranças quilombolas gaúchas, Manoel Boeira, Elisabeth Alves, Clédis Souza e Ubirajara Toledo, do Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes Quilombolas (IACOREQ).
Próximo ao espaço da exposição sobre os quilombolas, haverá a mostra fotográfica, de 2014, “Invisível Gaúcho Negro”, também de Eduardo Tavares, que registra a presença da população negra nas propriedades rurais do Rio Grande do Sul.
Quilombolas gaúchos conversam entre duas mostras fotográficas
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