Helen Lopes
Sem chamar a atenção, a Companhia de Gás do Estado (Sulgás) iniciou em setembro a ampliação da rede de gás natural no Moinhos de Vento – primeiro bairro residencial a receber o combustível, em 2005.
A tubulação atende hoje a 129 moradias, passando por 1,9 quilômetros, nas ruas Dr. Vale, Santo Inácio, Marquês do Herval, Félix da Cunha, Quintino Bocaiúva até a 24 de Outubro. Agora, o ramal da rua Félix da Cunha será estendido até a Cristóvão Colombo e o da Dr. Vale, até a Mostardeiro.
A nova rede vai fornecer gás natural ao posto Ouro Negro, na esquina da Félix da Cunha com a Cristóvão Colombo, e também servirá de ponto de partida para novas ampliações em direção ao bairro Floresta.
Em 45 dias, a tubulação atingirá o Hospital Femina, que desde 2006 projetava o uso do produto. Com a instalação, condomínios e o comércio da região também poderão receber o combustível. “Estabelecimentos como restaurantes, hotéis e postos de combustíveis serão beneficiados”, afirma o diretor-presidente da Sulgás, Artur Lorentz.
No entanto, mesmo com a tubulação tão próxima, a esperada extensão até o Bom Fim e Rio Branco ainda não tem previsão. “Estamos buscando clientes âncoras, como hospitais e clubes, para estender a rede para esses bairros”, explica Lorentz.
No Moinhos, o interesse de empreendimentos de grande porte, como o Grêmio Náutico União, Associação Leopoldina Juvenil, Hospital Moinhos de Vento e o complexo Moinhos Shopping – Sheraton, impulsionou a implementação da rede.
Nas cercanias do Bom Fim, o Hospital de Clínicas, situado na Ramiro Barcelos, já utiliza o gás natural, mas a tubulação vem direto da avenida Ipiranga, impossibilitando, por enquanto, o uso de demais interessados.
Pequeno consumidor preservado
Mesmo com a incerteza no mercado de gás natural brasileiro proveniente do aumento no combustível boliviano e escassez na Argentina, o engenheiro da Sulgás, Luiz Antônio Koller, explica que o investimento no abastecimento residencial é viável.
“O cenário de crise é uma verdade, mas a curto prazo. Além disso, ele se reflete nas grandes empresas, como indústrias”. Koller argumenta ainda que há gás suficiente para atender aos domicílios. “Em média, o consumo diário das residências em Porto Alegre é de 1,5 metros cúbicos, enquanto uma indústria usa 600 mil metros cúbicos por dia”, compara o engenheiro.
Novos projetos
Já no primeiro semestre de 2008, a Sulgás pretende estender a tubulação para a Padre Chagas. “Também serão atendidas as vias Fernando Gomes, Hilário Ribeiro, Luciana de Abreu e Dinarte Ribeiro”, anuncia o engenheiro Luiz Antônio Koller, gerente executivo de Mercado Urbano da Sulgás.
O investimento faz parte do projeto de ampliação do fornecimento para outras regiões da cidade, que hoje conta com 13 postos de combustíveis e 11 estabelecimentos comerciais e de serviços abastecidos pela Sulgás.
Em quatro anos, a empresa pretende gastar R$ 65 milhões na ampliação da rede até o bairro Cristo Redentor (Jardim Europa), Humaitá e Zona Sul, aproveitando a construção do Barra Shopping. Desse valor, R$ 5 milhões estão destinados ao Moinhos e arredores.

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