Reeleição: os fatos e as expectativas da mídia

Temos um sistema de mídia de tal forma concentrado e com um poder tão grande que é capaz de transformar em fatos as expectativas que ele mesmo vai criando ao sabor dos seus interesses e das suas idiossincrasias.
É o caso do resultado das eleições.
A candidatura de Marina Silva, por exemplo. Nunca teve a consistência que certos  “analistas” lhe atribuiram.  “Fenômeno”, “tsunami”, “a política que as ruas pediram”…foram as expressões quando ela despontou nas primeiras pesquisas .
Era evidente que o aparente maremoto era, na verdade, um espasmo, resultado do clima de comoção nacional criado com a morte de Eduardo Campos.
Ex-petistas, “saudosos da inocência perdida” e anti-petistas, angustiados com o fraco desempenho de Aecio Neves até aquele momento, acreditaram ter encontrado “a escolhida” e embarcaram na canoa marinista.
Os mais afoitos previram até a vitória no primeiro turno.
Iniciada a campanha, Marina se revelaria o que sempre foi: uma candidata errática, sonhática, sem discurso e sem programa – que o oportunismo de alguns tentava embandeirar na sua ânsia de derrotar o PT a qualquer custo.
Marina caiu sozinha, pela inconsistência de sua candidatura que ficou evidente ao longo da campanha. Mas hoje se diz e se repete que ela foi demolida pela pela “política do medo” praticada pelo PT.
O crescimento de Aécio Neves foi o resultado natural de dois fatores:o desencanto com Marina e a consistência que o PSDB demonstraria no andamento da campanha.
Mas, agora, dispostos a turbinar Aécio, os nossos “analistas” atribuem-lhe uma arrancada surpreendente que, segundo estimam, levará de roldão os sonhos de reeleição de Dilma Rousseff.
Estão novamente misturando seus desejos com os fatos e continuam ignorando as graves fragilidades da candidatura Aécio Neves para enfrentar o segundo turno, começando pela composição de forças partidárias, até as questões pessoais.
Ele pode ganhar, claro,estamos a vinte dias da eleição. Mas o que a realidade factual indica é a reeleição, não o contrário como querem os “analistas” da mídia.
 
 
 
 
 

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