“Respeitômetro” educa motoristas sobre distância mínima de ciclistas

Um metro e meio. Para conscientizar os motoristas de que esta é a distância que devem respeitar ao ultrapassar um ciclista, uma ação educativa foi realizada na manhã desta quinta-feira nas ruas de Porto Alegre, marcando o Dia de Mobilização pela Segurança dos Ciclistas.
A ação foi realizada pelo Detran/RS, Mobicidade, Associação de Ciclistas de Porto Alegre (ACPA) e Laboratório de Políticas Públicas e Sociais (Lappus), que integram um Grupo de Trabalho que visa o encentivo ao uso da bicicleta.
A ação utilizou um respeitômetro. Acoplada à bicicleta, a estrutura marca em sua lateral a distância prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro para passar o ciclista no trânsito. Usuários de bicicleta e autoridades circularam pela Avenida Wenceslau Escobar, nesta manhã, surpreendendo os motoristas que trafegavam no local.
Psicóloga do Detran e integrante do GT, Cinara Soares, comemorou o resultado da abordagem. “Os motoristas ficaram bastante interessados. E interesse gera também a reflexão. Muitos motoristas disseram que não sabiam que era esta a distância”, afirmou. A psicóloga explica que a medida faz com que os motoristas precisem trocar de faixa ao fazer a ultrapassagem.
É claro que nem todo motorista concordou plenamente com a ação. “Alguns vinham com argumentos de que tem ciclistas que não respeitam as regras. Mas o risco do ciclista machucar alguém é tão maior que a gente reforçava esta parte da hierarquia no trânsito, onde o maior tem que cuidar do menor.
O Código Brasileiro de Trânsito determina que “em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.” (Artigo 29, XII, §2º)
Para o ciclista Pablo Weiss, que representa no GT a Associação dos Ciclistas de Porto Alegre (ACPA), o problema vem da formação dos motoristas. “No que diz respeito a bicicleta, podemos dizer que a legislação é razoável. O problema é que os motoristas saem da auto escola sem ter conhecimento dessa legislação, como deveriam”, afirmou.
Para Pablo, a distância mínima para ultrapassagem é a regra que mais impacta na vida de quem pedala. “Muita gente que gostaria de utilizar a bicicleta não o faz por medo. Se espaço for respeitado, aumenta a sensação de segurança do ciclista”, defende.
Outras estratégias também foram utilizadas para passar a noção do que significa um metro e meio. O convite para a imprensa acompanhava uma fita métrica e motoristas que paravam no sinal receberam um folder dobrável com a medida do respeito.
Os motoristas que passam pelo local da ação, além de serem alertados por faixas, receberam um folder. A peça de 30cm, perguntava na capa se esta era a distância que o motorista passava de um ciclista. O folder dobrável se abria até chegar a um metro e meio de largura, dando a noção da distância.
Apesar do bom resultado da ação educativa, Weiss reitera que este tipo de ação é pontual e defende a necessidade de uma campanha mais abrangente, utilizando veículos de comunicação de massa.
O Grupo de Trabalho que, desde junho de 2015, estuda políticas de incentivo ao uso da bicicleta e para a segurança de ciclistas em todo o Estado. O GT mapeou os principais problemas enfrentados no dia a dia e desenvolveu a campanha para informar o público sobre os principais conceitos da legislação relacionada às bicicletas no trânsito.
O lançamento em Porto Alegre marca o início de uma campanha de mobilização que pretende se estender também para outros municípios do Estado. O GT se reúne mensalmente. Esta foi a primeira ação educativa de 2017.

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