Com 211 quilômetros no trecho Guaíba-Pelotas, as obras de duplicação da BR-116 exibem ritmo desigual nos nove lotes — cada um variando de 19 a 26 quilômetros — entregues a oito construtoras diferentes.
A única construtora com dois lotes, totalizando 51 quilômetros, é a veterana Constran, envolvida na Operação Lava Jato, que investiga contratos da Petrobras com as maiores empreiteiras nacionais. A Constran foi fundada por Olacyr de Moraes, o Rei da Soja dos anos 1970, mas não pertence mais a ele, que a transferiu para antigos executivos.
Um mapa copiado do site do DNIT mostra longos trechos prontos — sinalizados em vermelho –, só faltando a sinalização sobre o asfalto ou a conclusão de uma ou outra ponte; em compensação, há trechos que não foram sequer desmatados.
Quem viaja pela rodovia tem a nítida impressão de que as obras perderam o ritmo inicial e estão sendo afetadas pela falta de recursos decorrente do ajuste fiscal praticado pelo Ministério da Fazenda.
Segundo o DNIT, porém, até agora não houve nenhuma mudança no cronograma das obras seja pelo ajuste fiscal, seja por qualquer outro problema. As diferenças entre os trechos seriam reflexo da maior ou menor iniciativa das empreiteiras. Segundo o DNIT, as desapropriações de áreas estão em bom ritmo – das 900 previstas, 400 já foram concluídas.
A perda de ritmo nas obras de infraestrutura acaba de ser denunciada pela Confederação Nacional dos Transportes. Segundo o boletim de abril da CNT, em 2014, dos R$ 18,7 bilhões autorizados para aplicação em todos os modais de transporte, apenas R$ 5,8 bilhões foram efetivamente pagos. Os R$ 12,9 bilhões não usados ficaram como “restos a pagar”, atravancando o andamento do Orçamento da União.
Segundo o Plano CNT de Transporte e Logística 2014, para solucionar os gargalos logísticos que tiram a competitividade do país, é necessário um aporte de R$ 987,18 bilhões, que abrange diversos tipos de intervenções em 2.045 projetos nos segmentos rodoviário, ferroviário, navegação interior, aeroportos, portos e terminais.
Ritmo desigual na duplicação da BR-116
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