Subestação elétrica-central de controle do Parque Eólico de Osório (Foto Geraldo Hasse/JÁ)
Geraldo Hasse, exclusivo para o JÁ
Com a iminente conclusão do Parque Eólico de Osório, a antepenúltima prestadora de serviços a deixar o canteiro de obras é a J. C. Construções Elétricas Ltda, uma das poucas firmas de Osório a participar da implantação da usina que marca o início da revolução eólica em andamento no Rio Grande do Sul.
Fundada há 20 anos pelo engenheiro eletricista José Carlos Araújo, ex-funcionário da CEEE e um dos pioneiros na busca por energias alternativas no Rio Grande do Sul, a J. C. sai de cena satisfeita: “Valeu pelo desafio, pela experiência e pela abertura para participar de novos empreendimentos na produção de energia eólica”, diz o técnico eletricista e administrador Elsom Witt Venturini, um dos sócios-diretores da empresa.
Vencedora de uma licitação que atraiu outras seis empresas de fora, a J. C. foi contratada para implantar toda a rede elétrica subterrânea que liga os cata-ventos à subestação-central de controle – um trabalho complexo que exigiu dedicação exclusiva de um grupo de 16 funcionários liderados pelo engenheiro Ronaldo Machado Horn. Para cumprir seu contrato, a J.C. dependeu basicamente de três fornecedores que, além de material, lhe ofereceram treinamento: Phelps Dodge Brasil (cabos), Erico do Brasil (soldas isotérmicas) e Ormazabal (quadros de comando).
A missão começou pelo aterramento das bases das torres. Para isso a J. C. teve de acompanhar passo a passo o trabalho dos operários da Archel Engenharia, responsável pela armação de ferro e a concretagem das bases. À medida que se realizava a armação, os técnicos da J. C. instalavam os cabos de cobre indispensáveis para isolar as bases do perigo de descargas elétricas naturais (raios). A proteção dos aerogeradores contra os raios ficou por conta da Wobben Windpower, dona da tecnologia de geração eólica, que não libera para ninguém as chaves das portas das torres.
A parte mais pesada da tarefa da J. C. era fazer a ligação elétrica entre os transformadores – situados na base das torres – e a central de controle. São três cabos elétricos enterrados a um metro de profundidade. Um pouco acima, no mesmo valo, foi estendido o cabo de fibra óptica que serve para a transmissão de dados.
Apenas num trecho do Parque Eólico foi construída uma rede aérea – no Parque dos Índios, onde estão os cata-ventos mais distantes da central de controle. Mais barata do que a subterrânea, a rede aérea foi a solução encontrada pela Ventos do Sul para transpor o duto da Petrobras que transporta petróleo de Tramandaí para a Refinaria Alberto Pasqualini em Canoas. Implantado na década de 1960, o oleoduto está sendo reformado para atender à ampliação da capacidade da refinaria.
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